Não existe crise para os banqueiros, sendo um dos setores que mais lucra no país, mas a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), mais uma vez, apresentou proposta desrespeitosa às reinvindicações da categoria. Assim, trabalhadores (as) dos bancos públicos e privados iniciaram a greve da categoria nesta terça-feira (06), com 51% de adesão da categoria na Zona da Mata e Sul de Minas.
Os bancários da região já aderiram ao movimento. Em Juiz de Fora, foram 18 agências de bancos privados (Itaú, Santander, BMB, Bradesco e HSBC), na região central da cidade, com as atividades interrompidas durante o dia, além das agências do BB e CEF, totalizando 37 paralisações. As agências do BB de Liberdade, Lima Duarte, Matias Barbosa e Mercês, além da CEF de Lima Duarte, Guaxupé e Matias Barbosa, também aderiram à greve dos bancários.
O Sindicato dos Bancários da Zona da Mata e Sul de Minas (Sintraf JF) destaca que os serviços de atendimentos prioritários para os aposentados, compensação, devolução de cheques e aqueles realizados através de terminais eletrônicos estão mantidos. A categoria segue a Lei de Greve nº 7.783.
O presidente do Sintraf JF, Watoira Antônio, afirma que a alta lucratividade dos bancos é conquistada sob altas taxas cobradas a clientes e usuários e consequência do trabalho dos bancários. A greve é o último meio encontrado para solucionar a intransigência dos banqueiros diante das reivindicações.
“Só a luta te garante! O tema da campanha nacional da categoria este ano não é à toa, pois o banco nunca nos deu nada; tudo o que conseguimos até hoje foi através de muito trabalho e árdua luta. A greve é incômoda para a população, mas é legítima e beneficia também aos clientes e usuários das instituições financeiras, uma vez que são eles quem deixam grande parte do seu dinheiro para os banqueiros, em forma de pagamento de taxas – que no Brasil são as mais altas -, contribuindo para seu enriquecimento. Além disso, são os clientes que passam horas na fila devido a falta de funcionários nos bancos”, destacou Watoira.
De acordo com a diretora de bancos públicos do Sintraf JF, Lívia Terra, a expectativa é de que a adesão dos bancos públicos aumente no decorrer da greve, haja vista a inclusão de agências da base, que historicamente não aderem ao movimento logo no início.
Os bancários e bancários lutam por benefícios que interferem diretamente na vida dos trabalhadores e dos clientes, como o fim das demissões, garantia de emprego e o fim do assédio moral e das metas abusivas. Portanto, as reivindicações não são apenas econômicas e visam melhores condições de trabalho e atendimento.
Forte mobilização arranca nova negociação para sexta-feira, 9
O primeiro dia de greve da categoria bancária em todo o Brasil é considerado o maior da história. Em resposta a proposta rebaixada da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), 7359 agências, centros administrativos, Central de Atendimento (CABB) e Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) tiveram as atividades paralisadas. No final do dia, a Fenaban chamou a categoria para nova rodada de negociações que acontece na sexta-feira (9), às 11h, em São Paulo. Os números deste ano são 17,7% maiores do que os do ano passado.