O primeiro dia da XIIIª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais, realizada em Assunção – no Paraguai, nesta terça-feira (15), foi marcado por uma análise de conjuntura global.
O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, enalteceu o primeiro dia de trabalho do evento, que visa apresentar o quadro geral de cada um dos bancos nos respectivos países onde estes atuam e suas políticas de relacionamento com os trabalhadores. “Tivemos ótimas palestras hoje que deu para ter a real noção do movimento globalizado que os bancos impõem aos trabalhadores de retirada de direitos e poderes. Fica claro que os banqueiros cansaram de ser só financiadores do capitalismo e querem também participar ativamente do poder político das nações. Por isso, é fundamental que as ações dos trabalhadores sejam organizadas internacionalmente.”
Victor Baez, secretário-geral da Confederação Sindical das Américas (CSA), fez uma abordagem da situação política e econômica da América e apresentou dados demonstrando o crescimento da desigualdade no Continente com o avanço do projeto neoliberal na América Latina após a derrocada dos governos militares na região. Ele lembrou o crescimento dos movimentos de esquerda que, entre seus êxitos, computam a derrota do projeto americano de constituição da ALCA, mas que atualmente sofrem um grande movimento de tomada do poder por conservadores, quer por eleições democráticas, quer por golpes institucionais como, o ocorrido no Brasil.
Ângelo di Cristo, chefe do setor de Finanças da UNI Global Union, explanou sobre o movimento sindical mundial no setor de Finanças e a luta destes sindicatos contra a grande concentração financeira que se encontra nas mãos de alguns poucos bancos multinacionais, que impõem pesado julgo aos governos de países em desenvolvimento e do Sul europeu.
Rita Berlofa, presidenta da UNI Finanças Global, apresentou o painel sobre o futuro do mundo do trabalho e os perigos que ameaçam os empregos e as condições de vida dos trabalhadores, quer pelas inovações tecnológicas que se apresentam de forma acelerada, quer pela imposição do grande capital sobre a diminuição ou mesmo eliminação de empregos para baratear a produção aumentando a produtividade. “Neste momento de ataque à democracia na nossa região e ataque aos direitos dos trabalhadores, somente a unidade do movimento sindical internacional nos permitirá fazer frente a esses ataques. Fortalecer a solidariedade entre trabalhadores e sindicatos, nos organizar junto aos demais movimentos sociais e não nos contentarmos em resistir, mas sim, atuar de forma firme para impedir o retrocesso social que quer nos impor o capital”, afirmou.
"Importante ressaltar que os expositores foram unânimes em afirmar que a saída para os trabalhadores passa pela unidade das entidades sindicais", disse Mario Raia, secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT.
A programação continua na quarta-feira (15) com as reuniões das Redes Sindicais dos Bancos Internacionais: BBVA, Itaú, Santander, HSBC, Scotiabank e Banco do Brasil.