(São Paulo) Os bancários da Caixa venceram mais uma batalha na novela sobre a reintegração dos demitidos pela RH008. Na rodada de negociação desta quarta-feira, a direção do banco aceitou recontratar os dispensados que já ingressaram com ações na justiça. Até agora, apenas os que tinham conseguido liminar garantiram o retorno.
“Esta é uma reivindicação que estamos cobrando há muito tempo e finalmente reparamos mais esta injustiça cometida pelo normativo RH008. Agora vamos assinar com a Caixa um termo de interesse na reintegração, que implicará no fim da ação judicial”, explicou Plínio Pavão, secretário de Saúde da Contraf-CUT e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa).
A medida ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Diretor do banco. O encaminhamento do termo tem prazo-limite em 31 de agosto, mas fica assegurado o mínimo de 60 dias a partir da data do voto do Conselho Diretor. Os representantes da Caixa informaram que as condições para a reintegração serão definidas com o voto do Conselho.
Dias parados na greve
Os empregados também conseguiram reverter a decisão unilateral da Caixa que determinava a compensação das horas paradas na greve passada. O banco havia determinado que as ausências deveriam ser compensadas até 31 de agosto com uma hora de trabalho para cada hora de falta.
“Agora, conseguimos arrancar da Caixa uma forma de compensação melhor para os empregados. Ficou acertado de trabalhar uma hora para compensar cada uma hora e meia parada durante o período de greve. Ou seja, a direção da Caixa irá abater um terço das horas”, detalhou Plínio.
O banco também permitirá a utilização de Apips e licenças-prêmio na compensação. O prazo para a conclusão foi mantido. Quem estiver afastado do trabalho terá regras especiais, principalmente nos prazos. Quem já compensou mais de dois terços das horas da greve terá crédito em horas com a empresa.
“A mudança de posicionamento por parte da direção da Caixa nesse item reforça o argumento da representação dos empregados de que o processo de negociação sobre os dias parados não havia sido concluído quando a empresa divulgou a circular”, comentou Plínio Pavão.
Caixas
A Caixa também definiu na negociação que na próxima segunda-feira vai formalizar a abertura de pelo menos duas vagas de caixas em cada agência. Nos PABs, as vagas serão estabelecidas conforme a necessidade.
Mas as negociações não avançaram quando o assunto foi o número total de vagas de caixas. O banco insiste em não estabelecer um critério objetivo para iniciar as contratações que garantam o preenchimento das 7.622 vagas previstas anteriormente. A CEE/Caixa cobrou novamente o cumprimento do acordo que havia sido negociado no final do ano passado.
A Caixa também recusou-se a ampliar a reserva de contingência para caixas de 20% para 50%, mesmo em caráter excepcional e temporário, como havia proposto a CEE. Os representantes da empresa solicitaram às entidades sindicais a indicação das unidades com problemas de falta de caixas.
A empresa não considera também que estejam ocorrendo transferências forçadas de caixas. A CEE/Caixa propôs então que seja feito um levantamento dos caixas transferidos desde janeiro, para exercer a mesma função em outra unidade. A representação dos empregados entende que assim será possível identificar as transferências que, por ventura, tenham ocorrido sem a concordância e o interesse do empregado.
Fonte: Contraf, com informações da Fenae