Cerca de 600 agências bancárias mantiveram-se fechadas nesta terça-feira, dia 03, por conta da greve dos vigilantes bancários no Estado de São Paulo. A mobilização da categoria foi intensa nas cidades de São Paulo, Osasco, Mogi das Cruzes, Guarulhos e nas regiões do ABC e de Taubaté. Em Assembléia realizada na tarde desta terça-feira, os trabalhdores decidiram manter a greve deflagrada na noite de segunda, dia 2, e não trabalharão nesta quarta.
Em São Paulo, onde a concentração de trabalhadores chegou a três mil, os vigilantes realizaram passeatas para protestar por melhores salários e condições de trabalho. Numa espécie de arrastão, os trabalhadores partiram da Câmara Municipal rumo a agências bancárias para convencer os vigilantes a aderi à greve. Enquanto, em Taubaté, foi realizado um ato público em frente da agência do banco Itaú que não aderiu à greve.
Em meio a campanha salarial, os vigilantes reivindicam o um reajuste salarial de 9,9% e um adicional de risco de vida de pelo menos 15%, devido aos riscos que os trabalhadores correm durante o período de trabalho.
“O movimento sindical bancário é solidário aos vigilantes, uma vez que ambas categorias de trabalhadores tem sofrido com os problemas ocasionados pela deficiência de segurança nos bancos”, comenta Pedro Sardi, secretário geral da FETEC/CUT-SP, que esteve acompanhando a mobilização dos vigilantes na capital paulista.
No que se refere a melhores condições de trabalho, a secretária de Saúde da FETEC/CUT-SP, Crislaine Bertazzi, acrescenta que a jornada de trabalhado elevada e a baixa remuneração não compensam o alto risco da atividade. “É preciso que os bancos revejam seus conceitos em relação a qualidade no ambiente de trabalho de seus funcionários, e neste caso, podemos citar a implantação das portas de segurança, com detectores de metais, como uma atitude sensata das instituições financeiras no que se refere a segurança de clientes, usuários e funcionários”, destaca.
Fiscalização – A Polícia Federal foi acionada pelo movimento sindical bancário para fiscalizar os bancos quanto ao cumprimento da lei 7.102, que rege sobre segurança bancária. Vale salientar que, na ausência de vigilantes (no mínimo dois profissionais fardados e armados), as agências bancárias devem permanecer fechadas, no intuito de preservar a integridade física dos clientes e funcionários.
A pedido do movimento sindical bancários, que enviou um comunicado aos RH solicitando o cumprimento da lei, alguns bancos se comprometeram a manter suas portas fechadas caso os vigilantes aderissem à greve. É o caso do Unibanco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Nossa Caixa, Itaú e Safra. Os casos mais críticos foram verificados nas agências do Bradesco, onde os gerentes receberam orientação de abrir para atendimento, mesmo em desrespeito a lei.
Nesse sentido, a FETEC/CUT-SP ressalta que o descumprimento pode acarretar problemas funcionais e legais para o gerente responsável. Ou seja, a instituição financeira recebe uma multa pelo descumprimento, mas quem responde ação criminal é a pessoa física, no caso o responsável pelo local de trabalho.