Vídeo mostra drama de duas bancárias sequestradas e demitidas pelo Itaú

O drama de duas ex-funcionárias do Itaú, em Contagem, na Grande Belo Horizonte, que foram demitidas por justa causa após uma delas ter sido sequestrada foi tema de longa reportagem na Rede Record. Elas denunciam a crueldade do banco, que ignorou o risco a que estavam submetidos os reféns e ainda as puniu porque optaram por preservar a vida de familiares ameaçados pelos revólveres dos assaltantes.

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O Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte realizou ato de protesto (foto) na terça-feira (7), na porta do Itaú, em Contagem, protestando contra as demissões e cobrando segurança e melhores condições de saúde e trabalho.

Uma história de descaso com a vida

Uma gerente operacional teve, em janeiro, seus familiares sequestrados e mantidos em cativeiro enquanto parte do bando de assaltantes obrigou que ela fosse até sua agência para buscar o dinheiro sob ameaça de morte de seu marido e filhos.

Após o assalto, o banco cometeu uma série de erros de procedimentos. A médica do trabalho do Itaú, por exemplo, emitiu CAT (Comunicado de Acidente de Trabalho) sem atender pessoalmente as funcionárias. O banco também se recusou a prestar acompanhamento médico e psicológico às funcionárias e seus familiares, e o que é pior, demitiu as duas por justa causa, sob a alegação de que não cumpriram as Regras de Segurança do banco.

Do ponto de vista do banco que as demitiu sem qualquer direito, elas deixaram de ser vítimas e passaram a ser “culpadas”, já que o Itaú entendeu que elas não deveriam ter entregue o dinheiro aos sequestradores que ameaçavam seus familiares de morte. E mais: o Programa do Itaú, Fique OK, que deveria prestar assistência às funcionárias, sequer sabia que elas tinham sido demitidas.

O Sindicato não aceita esse desrespeito e exige que o banco corrija essa enorme injustiça cometida com estas funcionárias e seus familiares que passaram pelo trauma que poderá afetá-los pelo resto de suas vidas. Ao invés de priorizar os lucros cada vez mais altos como o registrado de R$ 14,6 bilhões no ano de 2011, o banco deveria valorizar mais a vida daqueles que constroem o seu patrimônio.

O funcionário do Itaú e diretor do Sindicato, Ramon Peres, ressalta que é inadmissível que o banco Itaú, após registrar o maior lucro de sua história, demita as funcionárias que passaram pelo trauma do assalto e que deveriam ser assistidas com acompanhamentos médico e psicológico.

“Estas funcionárias não sofreram o assalto sozinhas e ainda tiveram seus familiares vitimados pelos bandidos, porque o banco economiza com sua própria segurança obrigando os gerentes e chefes de serviços guardarem as chaves das agências em suas casas ao invés de contratar empresas de segurança privada. O Sindicato não aceita isso e vai exigir que o banco mude estes procedimentos e respeite seus funcionários, tratando-os com dignidade, porque foram eles que contribuiram com este lucro de R$ 14,6 bilhões em 2011. Afinal de contas, a vida vale mais que o lucro”, afirma Ramon Peres.

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