Vereador desiste de projeto que proíbe celulares no interior de São Paulo

O vereador Souza Neto (DEM) desistiu do projeto de lei que proibia o uso de celulares em agências bancárias no município de Santa Cruz do Rio Pardo, no interior de São Paulo.

A votação já tinha sido adiada no mês passado e caminhava para a rejeição. Souza, então, solicitou a retirada do projeto. Enquetes de emissoras de rádio de Santa Cruz mostraram que a população rejeitou a proposta.

Bancários e vigilantes avaliam que a retirada do projeto foi acertada. No final do ano passado, a Contraf-CUT e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV) lançaram, em Belo Horizonte, um modelo de projeto de lei municipal que visa a combater os crimes de “saidinha de banco” e que não prevê a proibição dos celulares.

“Não é proibindo o uso de celulares no interior dos bancos que se impedem olheiros de visualizar os saques de dinheiro dos clientes, mas sim reforçando a estrutura e os procedimentos de segurança dos estabelecimentos”, afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

“Nosso objetivo é levar o projeto para as Câmaras Municipais de todo país, buscando proteger a vida de vigilantes, bancários e clientes”, destaca o presidente da CNTV, José Boaventura Santos. “Conforme notícias da imprensa, registramos 23 mortes em assaltos envolvendo bancos em 2010, uma média de duas vítimas fatais por mês, sendo nove em saidinhas de banco”, alerta.

A estatística do medo piorou em 2011. Nos primeiros cinco meses do ano foram constatadas 15 mortes em todo país, aumentando a média para três casos por mês. Houve 7 ocorrências em saidinhas de banco.

“Os bancos precisam fazer a sua parte, melhorando as precárias condições de segurança privada nos estabelecimentos, assim como os governos devem investir mais na segurança pública, a fim de proteger efetivamente os trabalhadores e a sociedade”, ressalta Boaventura.

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