Valor Econômico
Altamiro Silva Júnior, de São Paulo
A HSBC Seguros Brasil dobrou o lucro em 2008 e projeta para este ano expansão nos ganhos de, no mínimo, 20%. O resultado líquido foi de R$ 411 milhões, crescimento de 99% em relação ao resultado de 2007. Já os prêmios tiveram queda de 4% e ficaram em R$ 587,3 milhões.
O ganho da seguradora, focada em vida e previdência, foi inflado por uma decisão judicial favorável ao banco sobre o pagamento de tributos (PIS e Cofins). Essa decisão gerou um ganho extraordinário de R$ 133 milhões.
Fernando Alves Moreira, presidente da HSBC Seguros, não dá maiores detalhes sobre a questão judicial, mas diz que, mesmo quando descontado esse valor, o resultado da seguradora em 2008 (R$ 278 milhões) ficou acima do previsto para o período (R$ 220 milhões).
O Brasil segue como o principal mercado segurador para o banco inglês na América Latina, posição que, no passado, era ocupada pelo México. Sem considerar os ganhos extraordinários, o Brasil respondeu por 42% do resultado da HSBC Seguros na região, seguido pelo México, com 40%. Se considerado o ganho extra, a participação do Brasil vai a 70% (e a do México cai para 26%). Considerando o resultado local do banco, a seguradora respondeu por um terço dos ganhos.
Na avaliação de Moreira, a política adequada de subscrição de riscos da seguradora explica a melhora dos números. Ele também cita a melhora da governança interna e do treinamento da equipe. Como resultado, a HSBC Seguros ficou com um dos menores índices combinados do mercado segurador brasileiro. O indicador, que mede a eficiência operacional (quanto menor, melhor), caiu de 69,2% para 68,7%, frente a uma média local de 96%. “Sabemos os riscos que queremos e os que não queremos.”
A queda dos prêmios é explicada, segundo ele, pelo momento do mercado. No caso do seguro prestamista, que garante o pagamento de financiamentos em caso de morte, invalidez e desemprego, houve queda de 8% nos prêmios (R$ 131,5 milhões), por conta da desaceleração do mercado local de crédito.
Para 2009, a meta é aumentar a venda de seguros na base de clientes do banco e nas parcerias que a Losango tem com o setor de varejo (como as redes Ricardo Eletros e a Insinuante). Segundo Moreira, dos 10 milhões de clientes do HSBC, entre 2% e 11% dessas pessoas, dependendo do produto, têm seguros do banco, número considerado muito baixo. Uma das estratégias da seguradora é a segmentação dos produtos. A outra é a venda de seguros por canais diretos (como telefone, caixa eletrônico e internet). Em 2008, foram vendidos 1,5 milhão de seguros por esses canais (20% das vendas novas). Para este ano, a meta é 35%.