Valor Econômico
De São Paulo
Subiu a R$ 8,2 bilhões o total em carteiras de crédito adquiridas pelo Banco do Brasil (BB) de bancos menores, aproveitando os mecanismos criados pelo Banco Central (BC) para melhorar a liquidez do mercado financeiro. Ao final, o BB já havia comprado R$ 1,5 bilhão; e, em outubro, foram mais R$ 5,9 bilhões. As informações foram fornecidas, ontem, por Aldo Mendes, vice-presidente de finanças do banco, na apresentação do balanço do terceiro trimestre.
Do total de R$ 17,1 bilhões em créditos analisados pelo BB, foram aprovados 40%. A maior parte das carteiras compradas (44%) compreende operações de consignado. Há também carteiras de veículos (29%) e de crédito comercial (para pessoas jurídicas, 27%).
Mendes afirmou que o BB não vem usando apenas recursos do compulsório nessas operações que, segundo disse, dão boa margem de ganho. “As carteiras são adquiridas com haircut, sempre com uma margem acima do liberado, menos no consignado que é um crédito mais garantido”, disse Mendes. O “haircut”, ou seja, a margem de garantia exigida, varia conforme a operação e pode chegar a 100%, informou Mendes, acrescentando que esse tem sido um bom negócio para o BB.
As medidas de liberação do compulsório anunciadas a partir de setembro resultaram em uma liberação de R$ 6,964 bilhões para o BB até novembro
O Banco do Brasil já emprestou R$ 1,5 bilhão do total de R$ 4 bilhões prometidos a bancos de montadoras. O BB não quis revelar as taxas cobradas, mas apenas afirmou que o padrão é cobrar o equivalente ao juro do CDI, apesar de terem garantia.
Em outra frente, o BB tem procurado irrigar o financiamento ao comércio exterior. O banco está manteve o volume de adiantamento sobre contratos de câmbio e sobre cambiais entregues (ACC e ACE) contratados em US$ 1,4 bilhão em setembro e outubro, recorrendo aos leilões do Banco Central. O saldo médio da carteira ficou em US$ 4,6 bilhões nos últimos dois meses, apesar do aperto internacional. Mendes reclamou da falta de linha acima de 180 dias.
Para a safra de 2008/2008, vai liberar R$ 30 bilhões. O desembolso está 15% a 20% superior ao de 2007. (MCC)