Valor Econômico: Banrisul vê ritmo menor na concessão de crédito

Valor Econômico
Sergio Bueno, de Porto Alegre

Depois de aumentar em 51% a carteira de crédito nos últimos 12 meses até 30 de setembro, para R$ 10,9 bilhões, o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) percebeu o impacto da elevação da taxa de juros e da redução dos prazos provocadas pela crise financeira global. Desde o mês passado, o ritmo de concessão de novos financiamentos para pessoas físicas e jurídicas está menor e a estimativa da instituição é fechar o ano com um estoque de R$ 11,5 bilhões, ante a projeção de R$ 12 bilhões feita em agosto, logo após o fechamento do segundo trimestre.

“O mercado está mais seletivo e os tomadores de crédito, mais cautelosos”, afirma o presidente do banco, Fernando Lemos. Mesmo assim, os R$ 11,5 bilhões superam com folga a projeção de R$ 10 bilhões feita no início do ano e, se confirmados, representarão uma alta de 43,7% sobre a posição de dezembro de 2007. Já para 2009, Lemos acredita que o crescimento da carteira não passará dos 25%. Segundo o executivo, a freada maior está ocorrendo no segmento de pessoa jurídica, que representa 56,5% do saldo total de operações de crédito em 30 de setembro. “As empresas estão postergando um pouco a contratação de financiamentos para giro e investimentos”, disse. Em pessoa física, que responde por 46,9% do estoque de crédito comercial (de R$ 7,98 bilhões), o crescimento de 8,6% no terceiro trimestre sobre o segundo, contra 9,7% de expansão da carteira total, refletiu desaceleração provocada pela acomodação nas novas contratações de empréstimos consignados.

Mesmo assim, conforme Lemos, a situação do Banrisul é confortável, com cerca de R$ 13 bilhões em tesouraria, dos quais mais de R$ 8 bilhões em recursos livres. A inadimplência também vem se mantendo sob controle e no fim de setembro estava em 3,2%, ou 0,6 ponto percentual abaixo do mesmo período de 2007. O banco tem cerca de R$ 500 milhões em carteiras adquiridas de instituições menores, a maior parte absorvida ao longo deste ano. Em outubro a instituição teve problemas para obter linhas de financiamento à exportação, mas no início deste mês adquiriu US$ 50 milhões no leilão do Banco Central.

No terceiro trimestre, o lucro líquido consolidado do banco cresceu 44,5% sobre igual período de 2007, para R$ 110,7 milhões. No acumulado dos nove meses, o resultado somou R$ 419 milhões, ante R$ 801,8 milhões de janeiro a setembro do ano passado, quando a instituição contabilizou R$ 528,5 milhões em créditos tributários e débitos fiscais diferidos.

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