Reuters
As autoridades antitruste da União Europeia (UE) acusaram o HSBC, o maior banco da Europa, seu congênere americano J.P. Morgan e o francês Crédit Agricole de manipular parâmetros financeiros ligados ao euro. A medida expõe os bancos a potenciais multas.
A Comissão Europeia disse também que denunciará em breve a corretora Icap por suspeita de manipulação da taxa de referência financeira iene-Libor.
As autoridades reguladoras americanas e europeias atribuíram, até agora, cerca de US$ 6 bilhões em multas a dez bancos e corretoras por manipular a Libor, a taxa do interbancário britânico, e sua correspondente europeia Euribor, enquanto o Ministério Público acusou também 16 pessoas de delitos de fraude.
“A Comissão está preocupada com a possibilidade de os três bancos terem participado de um conluio que visava distorcer o curso normal dos componentes de fixação de preços dos derivativos da taxa de juro do euro”, disse a autoridade da UE responsável por zelar pela livre concorrência.
Os três bancos e a Icap, que se recusaram a fazer um acordo para encerrar o processo em dezembro, poderão enfrentar punições pecuniárias de até 10% de seu faturamento mundial se forem consideradas culpadas de infringir regras antitruste da UE.
O J.P. Morgan disse que as denúncias da UE não têm mérito e que vai se defender delas, enquanto o Crédit Agricole declarou que vai examinar o documento de acusação. O HSBC afirmou que vai se defender com todo o vigor.
Uma multa recorde, de 1,7 bilhão de euros, foi aplicada em dezembro a seis bancos, entre os quais Deutsche Bank, Royal Bank of Scotland e Citigroup, por delito semelhante. As instituições encerraram os processos com acordo e tiveram desconto de 10% sobre suas multas.
Indagado sobre a investigação em curso sobre a Libor contra a Icap, o comissário europeu para a competição Joaquín Almunia afirmou à imprensa: “Nos próximos dias ou semanas, deveremos emitir uma nova impugnação a contestação contra a corretora”.
A Icap, a maior corretora de interligação entre operadoras credenciadas, preferiu não comentar o assunto. Ela foi uma das dez instituições multadas pelas autoridades americanas e europeias em setembro passado por manipular índices referenciais iene-Libor.
Almunia disse que as autoridades ainda não decidiram qual será o próximo passo na investigação sobre a suspeita de manipulação do mercado maior mercado de câmbio do mundo, que movimenta trilhões de dólares.
O comissário pode optar por abrir uma investigação formal sobre o caso ou mantê-lo em suspenso se um número suficiente de bancos decidir encerrar as acusações com acordo, e apenas anunciar uma decisão no final.
Mais de 30 corretoras de câmbio de muitos dos maiores bancos do mundo foram postas em licença, suspensas ou excluídas com a expansão da sindicância do mercado de câmbio para vários países.
A investigação se concentra em atividades relativas à principal referência do mercado, conhecida como preço de fechamento WM/Reuters, que é vinculada a várias taxas de câmbio, como euro e libra esterlina, e definida diariamente em Londres. Elas são compiladas com dados da Thomson Reuters e de outras fontes, e calculadas pela WM Company.