A UNI Sindicato Global, ao qual a Contraf-CUT é filiada, decidiu lançar uma campanha internacional para negociar com o Santander e com o HSBC um acordo marco global que os obrigue a respeitar as entidades sindicais e os direitos trabalhistas dos bancários em todos os países onde os dois bancos atuam. A decisão foi tomada durante Conferência da UNI Europa Finanças, realizada nos dias 10 e 11 de dezembro em Dublin, Irlanda, que contou com a participação do presidente e do secretário-geral da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro e Marcel Barros, respectivamente.
Em todo mundo, a UNI Sindicato Global representa mais de 20 milhões de trabalhadores do setor de serviços e já solicitou reuniões com o Santander e com o HSBC para dar início às negociações.
O ponto central da campanha é formar uma aliança global entre todos as entidades sindicais dos países onde há trabalhadores dos dois bancos. “Os bancos mulitinacionais têm práticas diferentes nos seus países de origem e nos outros países onde estão operando. Lá eles respeitam os trabalhadores, as entidades sindicais e a sociedade. Ficou claro na conferência que na maioria dos países da América Latina e da Ásia eles desrespeitam tudo: os direitos trabalhistas dos bancários, a representatividade dos sindicatos e a população, ao cobrarem spreads e juros muito altos e limitarem o crédito”, diz Carlos Cordeiro. “Por isso é importante a unidade dos trabalhadores em nível global.”
Ação sindical globalizada
A conferência definiu dois objetivos para a campanha internacional no HSBC e no Santander:
1. Estabelecer um processo concreto de negociação entre as empresas e as entidades sindicais, seja a níveis locais ou global, e
2. Garantir o direito de sindicalização dos trabalhadores desses bancos em todos os países e o compromisso de respeitar as convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
“Queremos mostrar ao HSBC e ao Santander que as entidades sindicais filiadas à UNI estão unidas nessa campanha por um acordo marco global. Na segunda semana de fevereiro, todas as entidades sindicais dos países onde os dois bancos estão presentes entregarão documentos às empresas reivindicando a assinatura do acordo global”, afirma Oliver Roethig, o principal dirigente da UNI Finanças Global.
“Assim como os bancos se globalizaram, também os trabalhadores precisam criar e fortalecer suas organizações internacionais. Percebemos na conferência de Dublin que os problemas dos trabalhadores são os mesmos em qualquer lugar do mundo. Por isso, o encontro foi muito importante para definirmos as diretrizes e construir essa organização global dos trabalhadores, por intermédio da UNI”, explica Marcel Barros.
Também participaram do evento o presidente e a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino e Rita Berlofa, respectivamente.