UNI-Sindicato Global cobra da Fenaban retomada imediata das negociações

A UNI-Sindicato Global, entidade à qual a Contraf-CUT é filiada e que representa 20 milhões de trabalhadores do setor de serviços em todo o mundo, enviou carta à Fenaban nesta segunda-feira 24 na qual critica a postura intransigente dos bancos brasileiros na campanha deste ano, provocando a greve nacional que já dura sete dias, e pede “a retomada imediata das negociações” com os trabalhadores.

Veja aqui a íntegra da carta da UNI à Fenaban.

“Não entendemos a resistência das instituições financeiras brasileiras em atender às reivindicações dos bancários, uma vez que elas, mesmo em um cenário de crise econômica, apresentam resultados positivos superiores a suas congêneres de qualquer parte do mundo”, afirma o texto, assinado por Marcio Monzane (foto), chefe da UNI Finanças, o braço do Sindicato Global que representa três milhões de trabalhadores no setor financeiro no mundo todo.

“Também foge à nossa compreensão a diferença de tratamento dispensada pelas empresas do setor bancário brasileiro a seus executivos e aos demais trabalhadores”, acrescenta Monzane, destacando que, “enquanto os primeiros são recompensados com prêmios e remuneração de fazer inveja a seus congêneres europeus, americanos e asiáticos, os demais bancários recebem salários inferiores a de muitos de seus colegas sul-americanos”.

Para a UNI, que tem sede na Suíça, “a diferença de remuneração entre os mais altos cargos e o piso, no interior das instituições financeiras brasileiras, é com certeza a maior que existe no mundo. O que soa incompreensível para um setor econômico que está entre os mais rentáveis, não apenas no Brasil, mas em todo o planeta”.

A carta da UNI à Fenaban conclui: “Por conta disso, solicitamos a retomada imediata das negociações e o estabelecimento do diálogo social verdadeiro, que condiga com o momento polí¬tico que vive o Brasil atualmente, marcado pelo fortalecimento da democracia, pela inclusão social e pelo reconhecimento da importância dos sindicatos como atores sociais”.

Solidariedade nas Américas

A Contraf-CUT também recebeu manifestações de solidariedade aos bancários brasileiros em greve por parte da Communications Workers of America (CWA), que representa 740 mil trabalhadores do setor de comunicações dos Estados Unidos, e da Associação dos Bancários do Uruguai (AEBU).

“Todos nós da CWA somos solidários com vocês. O exemplo de vocês é uma lição e uma inspiração para nós”, afirma na mensagem à Contraf-CUT o presidente da CWA, Larry Cohen.

Clique aqui para ler a mensagem em inglês da CWA.

Não existem sindicatos de bancários nos Estados Unidos. A CWA, que é filiada à UNI, vem desenvolvendo esforços pela criação de sindicatos de trabalhadores do sistema financeiro norte-americano, o que tem levado a uma aproximação com a Contraf-CUT e o movimento sindical bancário brasileiro.

A AEBU enviou uma mensagem de solidariedade à Contraf-CUT e divulgou em seu site (www.aebu.org.uy) uma declaração de apoio à greve nacional dos bancários do Brasil.

Leia mais sobre o apoio em espanhol dos uruguaios.

“A AEBU saúda o decidido esforço dos companheiros brasileiros, que dia a dia acrescentam mais trabalhadores nas mobilizações e reduzindo a margem de manobra patronal”, afirma o sindicato uruguaio na declaração.

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