Uni Américas estabelece bases para protocolo de retorno nas redes Itaú e BB

Entidades querem chegar a um Acordo Marco com o objetivo de proteger a saúde dos trabalhadores diante da Covid-19 e de possíveis novas pandemias

A UNI Américas, braço continental da Uni Global Union, entidade que aglutina sindicatos de diversas categorias profissionais no mundo, realizou, nos dias 27 e 28 de outubro, o encontro das redes Banco do Brasil e Itaú para discutir o retorno ao trabalho presencial, reestruturação das agências e como se preparar para as novas pandemias.

Um ponto relevante do encontro foi a construção de protocolos de segurança para o retorno seguro dos bancários, com o fim do home-office. Os documentos estão sendo redigido pelas redes de cada banco, com base nas normas estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O propósito não é apenas proteger os trabalhadores diante da Covid-19. Em entrevista à RFI, no início de outubro, a diretora-geral adjunta da OMS, Mariângela Simão, afirmou que a entidade prevê ser “uma questão de tempo” o surgimento de uma nova pandemia. 

“Os protocolos de segurança que estão sendo redigidos, tanto pela rede Itaú quanto pela rede BB, serão levados para a administração dos bancos, solicitando que essas instituições se reúnam com a UNI Américas para chegarmos a um Acordo Marco que passará, então, a aplicar o protocolo de segurança não apenas nas agências e prédios do Itaú e do BB no Brasil, mas nos demais países onde esses bancos atuam”, pontuou Roberto von der Osten, secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Outro ponto destacado no encontro foi a aceleração dos processos de reestruturação tanto do Banco do Brasil como do Itaú.  “O sistema financeiro já vinha, antes da pandemia, num processo de digitalização dos serviços e redução de agências. A pandemia apenas acelerou o ritmo dessas transformações”, explicou o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados do Itaú Unibanco (COE/Itaú Unibanco), Jair Alves dos Santos.

“O enxugamento resultante da reestruturação [que fechou agências e reduziu mão de obra] junto com a implementação de processos tecnológicos explicam porque, apesar da crise econômica, o sistema financeiro obteve no Brasil um lucro fabuloso já nos primeiros meses de 2021”, completou Roberto von der Osten se referindo ao Relatório de Estabilidade Financeira, publicado em outubro, onde o Banco Central apontou que os bancos lucraram R$ 62 bilhões no 1º semestre de 2021, recuperando o patamar de rentabilidade pré-pandemia. Ainda de acordo com o BC, 4.752 agências tiveram as atividades encerradas nos últimos dois anos.

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