Mais de um terço dos brasileiros não possui conta em banco e 78% da população prefere usar dinheiro como meio de pagamento, segundo pesquisa realizada pelo Ibope em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada na edição desta quarta-feira (13) do jornal O Estado de S.Paulo. O cheque, que vem caindo em desuso, é o meio preferido de somente 1% dos entrevistados.
O levantamento indica que a relação do brasileiro com o sistema financeiro ainda engatinha, apesar do aumento do crédito e a formalização do trabalho dos últimos anos.
Entre os que ganham até um salário mínimo, a maioria absoluta (64%) não temconta corrente ou poupança. O número cai pouco abaixo da metade (47%) quando se trata de assalariados entre um e dois salários mínimos.
Indagados sobre a razão disso, 60% dos entrevistados responderam que “não têm condições financeiras” para iniciar o relacionamento bancário.
Outro indicativo sobre a dificuldade do brasileiro apareceu no quesito “reserva de dinheiro” ou poupança. Apenas três em cada dez pessoas poupa ou investe. Somente 3% da população investe em aplicações financeiras e 16% dos entrevistados responderam que guardam dinheiro em casa. Já a caderneta de poupança, cujas regras foram alteradas pelo governo no mês passado, é o meio preferido por 68% dos que aplicam.
O levantamento mostra, ainda, que o contingente de homens que poupa ou investe (35%) supera o de mulheres (28%).
Dívida
De acordo com a pesquisa, mais de um terço da população brasileira tem dívidas, com um porcentual maior entre os homens do que entre as mulheres. Entre os níveis de renda, as pessoas com renda mais baixa têm um comprometimento menor dos recursos com dívidas, mas são as que dizem ter maior dificuldade de quitá-las.
O documento indica que mais da metade dos brasileiros que recebe acima de cinco salários mínimos possui algum tipo de “parcelamento de compra, empréstimo ou financiamento”. Quando o rendimento é menor que dois salários mínimos, menos de um terço dos entrevistados declarou ter dívidas, sem informar valores.
A pesquisa CNI/Ibope tem margem de erro de 2 pontos porcentuais e ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios do País entre 16 e 19 de março.