Reuters
Ingrid Melander e Renee Maltezou
Inspetores da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) chegaram a Atenas nesta quarta-feira, dia 11, para pressionar a Grécia a consertar suas finanças públicas, enquanto trabalhadores do país deixavam seus empregos para protestar contra a recessão induzida pela austeridade fiscal.
A análise dos credores determinará se a Grécia conseguirá a quinta parcela do resgate de 110 bilhões de euros, que impediu a bancarrota do país no ano passado, e se Atenas deve receber termos melhores de financiamento ou mais ajuda externa para evitar uma reestruturação de dívida.
Se a Grécia não receber a parcela de 12 bilhões de euros, essencial para pagar a necessidade de financiamento imediata de 13,7 bilhões de euros, uma moratória it would be tantamount to default.
Um ano após o acordo com a UE e o FMI, os investidores estão convencidos de que o socorro ao país altamente endividado não foi suficiente e que a Grécia será obrigada a reestruturar sua dívida, impondo prejuízos a investidores privados de bônus, a menos que os credores entrem com mais fundos.
Autoridades da zona do euro, incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel, dizem que aguardarão o resultado da visita de inspeção antes de tomar decisões.
Os diretores da missão da UE e do FMI começaram a visita com uma reunião com o ministro das Finanças grego, George Papaconstantinou, enquanto centenas de trabalhadores estão em uma greve de 24 horas e preparam protestos contra a austeridade que, segundo os sindicatos, prejudicam a economia.
Atenas estava quase deserta, com muitas lojas e serviços públicos fechados, e as autoridades devem ter visto cartazes pela cidade dizendo: “Nós não aguentamos mais. Os ricos e os evasores de impostos devem pagar.”
A greve nacional paralisou voos e embarques. Os hospitais funcionarão com o número mínimo de funcionários, as escolas estão fechadas e o transporte público foi interrompido. Somente voos de emergência serão permitidos, entre 6h e 10h (horário de Brasília).