(São Paulo) O PSDB vai recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para impedir a instalação da CPI da Nossa Caixa, determinada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. A CPI investigaria o uso político do banco estadual pelo ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB).
Segundo a Folha de São Paulo, a tentativa do PSDB de barrar a CPI vai ser encabeçada pelo próprio presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, Vaz de Lima (PSDB). O tucano é um dos acusados de ter sido beneficiado pelos recursos ilegais da Nossa Caixa.
O órgão especial do Tribunal de Justiça, formado pelos 25 desembargadores mais antigos, aprovou por unanimidade e em decisão inédita no Estado a instalação imediata da CPI. Segundo Vaz de Lima, porém, os novos deputados, que tomaram posse no último dia 15, não podem assumir um pedido de instalação de CPI feito na legislatura anterior.
“O argumento é para dar risada. Os tucanos não defendem as transações da Nossa Caixa, apenas alegam que a CPI é ilegal porque é da legislatura passada. Ou seja, independente das irregularidades cometidas pelo banco, o PSDB se prende a uma questão técnica”, afirmou Elias Maloouf, diretor da Fetec SP e funcionário do banco.
O pedido de abertura de uma investigação foi feito em março de 2006, por causa de investimentos publicitários da Nossa Caixa a publicações e programas de TV ligados a deputados da base aliada do então governador.
O PT protocolou o requerimento da CPI, o 69º da legislatura passada. O governo barrou a instalação, mas o caso derrubou Roger Ferreira, então secretário de Comunicação, que coordenava a estratégia de marketing das estatais.
A Folha revelou no sábado passado que Ferreira voltou este mês ao governo paulista, sob o comando de José Serra (PSDB), por meio de sua empresa de comunicação, contratada sem licitação para atuar na pasta da Educação.
Fonte: Contraf-CUT, com Folha de S. Paulo
