Três em cada dez brasileiros já fizeram empréstimo consignado

De cada dez brasileiros, três já fizeram empréstimo consignado. Os juros são mais baratos e a liberação do dinheiro costuma ser mais simples. Mas atenção: às vezes essa facilidade toda pode se transformar em problema. Afinal, o pagamento do consignado é descontado diretamente do salário do trabalhador.

A sensação é esta: muito mês para pouco salário. Só para as instituições financeiras, os brasileiros devem R$ 1,3 trilhão, de acordo com o Banco Bentral. O pagamento do consignado sai direto do salário ou da aposentadoria. Só faz quem tem carteira assinada, é aposentado ou pensionista do INSS.

Uma pesquisa encomendada pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) identificou que, em cada dez trabalhadores, três já fizeram empréstimo consignado, 14% usaram o empréstimo para pagar contas mensais como aluguel, condomínio, luz, telefone e até mensalidade escolar, 15% para comprar eletrodomésticos e móveis e a maior parte, 47%, para quitar dívidas que têm juros muito altos, como do cartão de crédito.

O comerciário José Augusto do Rêgo estava com o cartão estourado. Aí decidiu fazer um empréstimo para se livrar da divida. “Se eu estivesse pagando só o mínimo dele, o valor quando eu for pagar sempre ia ser mais alto do que o valor do empréstimo consignado”, diz o comerciário.

O pagamento do consignado sai direto do salário ou da aposentadoria. Só pode fazer quem tem carteira assinada ou é aposentado ou pensionista do INSS.A empresa do trabalhador tem que ter convênio com um banco e as parcelas não podem ultrapassar 30% do salário.

Quanto maior o prazo para pagar o empréstimo consignado, mais altos vão ser os juros cobrados na operação. Mas, em geral, ele é menos burocrático. Em poucas horas, o dinheiro já está na conta do trabalhador.

Uma tentação. Exatamente por ser essa “tentação”, segundo analistas, é sempre bom saber quando é o melhor momento para fazer um empréstimo consignado.

Na opinião do consultor Rogério Olegário, consignado só na hora do sufoco. É um bom negocio para pagar divida do cartão ou do cheque especial. Mas, para comprar bens ou pagar contas que já deviam caber dentro do orçamento, é um erro.

“Ela não está fazendo um planejamento financeiro, ela não está planejando a vida financeira dela. Está com padrão de vida muito acima da sua real possibilidade”, analisa o consultor financeiro Rogério Olegário do Campo.

De acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, a taxa média de juros do cheque especial é de 8,28% por mês, e a do cartão de crédito, de 10,7%. Nos juros do empréstimo consignado, variam de 1,37% a 6,6% ao mês, segundo o Banco Central.

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