Agência Estado
SÃO PAULO – A concentração do sistema bancário brasileiro, que já havia avançado de forma significativa com a fusão de Itaú e Unibanco no início do mês, subiu mais alguns pontos com o anúncio de compra da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil (BB), confirmada nesta quinta-feira. De acordo com ranking do Banco Central (BC), mais da metade de todo o dinheiro depositado no País ficará nas mãos de apenas três instituições financeiras: Itaú Unibanco, BB Nossa Caixa e Bradesco.
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Se considerados os cinco maiores bancos do País (Itaú Unibanco, BB Nossa Caixa, Bradesco, Santander Real e Caixa Econômica Federal), a concentração de depósitos sobe para 79%. Em 1994, início do Plano Real, esse índice era de 48%, segundo dados da agência de classificação de risco Austin Rating.
“A agitação voltou ao setor bancário como na década de 90. A expectativa é que veremos em breve novos negócios sendo anunciados”, destaca o professor da USP e presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (Inepad), Alberto Borges Matias, referindo-se às negociações em curso de BB com o Banco Votorantim e o Banco de Brasília (BRB).
Além disso, explica o professor, o Bradesco terá de se movimentar para não perder mais espaço. O banco, que era a maior instituição privada do País e a segunda maior no ranking geral, caiu para segundo e terceiro lugar, respectivamente. Em São Paulo, onde era líder no número de agências, ele despencou para o quarto lugar depois das compras do ABN pelo Santander, da fusão entre Itaú e Unibanco e da aquisição da Nossa Caixa pelo BB.