Transição do HSBC para Bradesco gera o caos nas agências de Rondônia

O fim do processo de compra do HSBC pelo Bradesco e o início da transição dos funcionários e contas de clientes do primeiro para o segundo, nesta semana, foi o ponto de partida para que a vida de trabalhadores e clientes se tornasse um verdadeiro caos em todos os municípios de Rondônia.

Foi o que ficou constatado pelo Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), que desde o início da semana tem recebido inúmeras queixas e denúncias de trabalhadores que estão completamente 'perdidos' com essa 'migração' do HSBC para o Bradesco, já que não houve um treinamento adequado para os funcionários do banco inglês entenderem os sistemas e a estrutura do Bradesco, e uma confusão generalizada que se observa nas contas dos ex-clientes do HSBC.

E para piorar esta situação, a migração começou exatamente com o fim da maior greve da história, o que compromete ainda mais a rotina dos trabalhadores do HSBC que estariam, segundo as denúncias, sendo obrigados a ficar mais de 10 horas seguidas dentro das agências do Bradesco – mesmo em feriados – para acompanhar as orientações de um ou outro funcionário do Bradesco, a fim de que os sistemas do banco brasileiro sejam 'entendidos' e que, com isso, os ex-funcionários do HSBC possam trabalhar normalmente dentro do sistema do atual empregador.

"Constante superlotação de clientes, todos impacientes e revoltados, e mesmo a gente pedindo paciência e compreensão, explicando sobre a questão do fim da greve, da transição de um banco para outro, estes clientes nos insultam e, se reagirmos, podemos até ser agredidos", revela a denúncia de uma ex-funcionária do HSBC.

As queixas partem não apenas dos clientes, mas principalmente dos trabalhadores, que se deparam com situações calamitosas como a mudança – sem aviso prévio – no procedimento de transferência de valores das contas dos clientes.

Os bancários reclamam que ficam das 11 até as 17 horas para transferir um valor da conta pois o banco estaria retendo o dinheiro, e fez isso sem avisar os clientes, que as agências não se comunicam que o cliente só pode sacar o valor que o gerente autorizar e não o que ele precisa.

Os clientes, por sua vez, constantemente reclamam de 'desaparecimento' da conta pessoal, do sumiço do dinheiro nas contas, ou que o cartão de crédito ainda não foi entregue.

O Sindicato já informou que vai denunciar este caso ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE).

"Não podemos interferir nas questões administrativas do Bradesco, mas essa transição desastrosa tem gerado inúmeras situações de ataque aos direitos dos trabalhadores, como essa sobrecarga de trabalho, extrapolação da jornada de trabalho e até mesmo essa situação de constante pressão e estresse que pode causar o adoecimento dos trabalhadores", alertou Euryale Brasil, secretário geral do SEEB-RO.

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