Bancários do Santander na América Latina e Espanha com dirigentes da UNI
Terminou na sexta-feira, dia 28, o III Encontro de Sindicatos de Transnacionais Espanholas, realizado desde segunda-feira, dia 24, em Madri. Os dirigentes sindicais de nove países (Brasil, Espanha, Argentina, Chile, Colômbia, Panamá, Nicarágua, Peru e Guatemala) definiram um conjunto de conclusões para fortalecer a organização dos trabalhadores nas seis empresas (Santander, BBVA, Repsol, Telefónica, Endesa e Gas Natural Fenosa), destacando-se a luta por acordos marcos globais, a exemplo do já firmado com a Telefónica.
O evento foi promovido pela UNI Américas, União Geral de Trabalhadores (UGT) – uma das duas maiores centrais sindicais da Espanha -, Iscod (Instituto Sindical de Cooperacão para o Desenvolvimento) e Icem (Federação Internacional de Sindicatos de Química, Energia, Minas e Indústrias Diversas).
A Contraf-CUT foi representada pelo bancário do Santander e secretário de imprensa Ademir Wiederkehr e pelas funcionárias do Santander e diretoras do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa e Maria Rosani.
Pela UNI Américas, participaram os diretores regionais José Molina e André Rodigues.Também esteve presente o chefe mundial da UNI Finanças, Márcio Monzane
Principais conclusões
– constituição de Comissões de Empresa Supranacionais no Santander, BBVA, Telefónica, Gas Natural Fenosa, Repsol e Endesa;
– criação de redes virtuais de intercâmbio e foros de discussão, a partir do site do Observatório Sindical de Transnacionais Espanholas;
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– realização de estudos sobre as características e as políticas sociais e laborais nas empresas transnacionais;
– elaboração de estratégia de ações conjuntas dos sindicatos das empresas transnacionais;
– negociações visando assinar acordos marcos globais com as empresas transnacionais, como o Santander, bem como zelar pelo cumprimento do instrumento já firmado com a Telefónica, que é respeitado na Espanha e Brasil mas é violado no restante dos países da América Latina.
Unificar lutas, globalizar direitos
O primeiro dia do III Encontro foi dedicado a avaliar a crise europeia e responsabilidade social das empresas, bem como a necessidade de reforma sindical e focar o papel dos sindicatos no novo contexto sócio-laboral. “Uma empresa não pode ser socialmente responsável se não atua corretamente com os seus trabalhadores”, destacou Antonio Guerrero, representante do Observatorio Sindical, criado após o II Encontro ocorrido no ano passado, em Bogotá.
No segundo dia, os participantes se reuniram em grupos por empresa para avaliar o processo de organização internacional. No caso do Santander, desde 2001 existe uma rede sindical, que virou uma aliança mundial em 2010, reivindicando a abertura de negociações com o banco para firmar um acordo marco global e constituir uma coordenadora mundial.
Na semana de 21 a 26 de novembro, as entidades sindicais da América Latina realizam uma jornada internacional de lutas no Santander, com manifestações contra as práticas antissindicais em todos os países onde o banco atua.
O terceiro dia foi certamente o mais importante. Os participantes se reuniram com as direções das empresas transnacionais espanholas, exceto a Gas Natura Fenosa, que se recusou a receber um sindicato colombiano.
A delegação dos dirigentes sindicais da América Latina e Espanha foi recebida pelo diretor de Relações Laborais do Santander na Espanha, Juan Gorostidi Pulgar, na chamada Cidade Financeira Santander, em Boadilla del Monte, município ao lado de Madri. Trata-se de um imenso complexo onde funciona a sede do banco.
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“Foi uma reunião pioneira e histórica. Mesmo não sendo uma negociação, damos mais um passo firme rumo ao diálogo com o banco para constituir uma coordenadora mundial e construir um acordo marco global”, destaca Ademir.
No quarto dia, os participantes se reuniram com os comitês de empresa da UGT, em Madri. Os dirigentes sindicais do Santander se encontraram com os colegas espanhóis, fortalecendo o intercâmbio e ampliando o conhecimento sobre os acordos coletivos firmados na Espanha, sobretudo em relação à proteção ao emprego.
O destaque do quinto e último dia foi a aprovação de um documento conjunto com as conclusões do III Encontro, fortalecendo a necessidade de estabelecer estruturas sindicais supranacionais nas empresas transnacionais em âmbito mundial, diante do processo de globalização e expansão dessas empresas.
“O encontro reforçou a luta dos trabalhadores da América Latian e da Espanha na direção de unificar ações conjuntas e fortalecer as redes sindicais já construídas, como no Santander, visando impulsionar mobilizações e abrir negociações para firmar acordos marcos globais em todas as empresas transnacionais, a fim de garantir direitos básicos aos trabalhadores em todos os países”, avalia o diretor da Contraf-CUT.