Os bancários do HSBC e os funcionários da Losango que trabalham na Sede Administrativa do Rio de Janeiro (Searj) paralisaram suas atividades das 7 horas ao meio-dia, nesta terça-feira (20). O protesto teve adesão total e efeito imediato: o banco acenou com a possibilidade de agendar uma reunião para a próxima semana, no Rio, quando seriam discutidas as principais reivindicações dos trabalhadores.
Entre elas estão a garantia no emprego a todos os bancários da Searj, e, caso se confirme a extinção de algum setor do prédio, a transferência dos funcionários para outras unidades.
Outra reivindicação é a de que os empregados da Losango, contratados como comerciários, passem a ser considerados como financiários, já que a empresa é uma financeira. A paralisação arrancou do banco o compromisso de garantir as condições básicas necessárias ao trabalho na TSU-Retail (outro setor da Searj), onde móveis encontram-se empilhados e a fiação exposta.
O gerente regional do HSBC, Leandro Peon, se comprometeu a promover as mudanças já na próxima semana. Mas a melhoria das condições físicas não é a principal reivindicação destes trabalhadores, mas a sua transferência imediata para outras unidades.
Assédio moral
A transferência imediata dos bancários que hoje estão na TSU-Retail, a maioria lesionados, é reivindicada porque eles vêm sofrendo assédio moral. São mantidos numa sala sem acesso ao telefone, com cadeiras e mesas quebradas enfrentando a dura expectativa de serem demitidos ao final da estabilidade de um ano a que têm direito por serem portadores de LER (Lesões por Esforços Repetitivos).
Sofrem vários tipos de assédio moral, que geram problemas psicológicos, como a exigência ilegal de que os atestados médicos que apresentarem contenham o Código Internacional de Identificação de Doenças (CID), invadindo a privacidade do trabalhador.
Para a diretora do Sindicato Elisângela Queiroz, o fato de o banco acenar com a possibilidade de negociação foi uma importante conquista, já que, até aqui, o HSBC se negava a estabelecer qualquer tipo de diálogo. “Foi uma demonstração de que só através da nossa unidade e mobilização vamos arrancar o que queremos”, afirmou.
Para o também diretor do Sindicato Marcelo Rodrigues a adesão total mostrou a indignação de todos os trabalhadores da Searj com o tratamento desrespeitoso dispensado a eles pelo banco inglês. “Caso a negociação não atenda às reivindicações, tomaremos as medidas judiciais e políticas necessárias”, avisou.