(São Paulo) A questão da terceirização foi debatida na terça, dia 12, em seminário promovido pelo Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros (Sindeepres), em São Paulo. A Contraf-CUT esteve presente, representada pelo diretor Miguel Pereira.
A CUT e outras centrais sindicais e convidados do evento, falaram sobre a importância de barrar os efeitos perversos que as terceirizações causam no Brasil. Formas distintas de regularização das terceirizadas foram apresentadas durante o evento, e apontaram como o assunto leva a posições bem diferenciadas entre diversos atores sociais.
O Sindicato dos Bancários, assim como a CUT, defende alguns princípios, como a proibição de terceirização em atividade fim, ou seja, a específica do setor. “A terceirização tem significado mais acidentes de trabalho, menos benefícios para o trabalhador e precarização das relações e direitos do bancário”, diz a diretora do Sindicato de SP, Ana Tércia Sanches, que esteve no seminário. “Trabalhador que exerce funções de bancário deve ser enquadrado na categoria e usufruir todas as conquistas”, completa a diretora.
O economista e presidente do IPEA, Márcio Pochmann, apresentou uma pesquisa sobre terceirizações transnacionais, e falou sobre que as condições de trabalho da maioria dos terceirizados brasileiros podem comprometer o direito de aposentadoria desse tipo de trabalhador. Ele avalia que grande parte dos terceirizados não terá condições de cumprir as exigências necessárias para conseguir o benefício, já que a rotatividade dos terceirizados no mercado de trabalho é de 83%, o que interrompe o seu caminho até a aposentadoria no sistema previdenciário. “A pesquisa ajuda a derrubar o mito de que a terceirização cria novos empregos. E explica que, na verdade, apenas substituem trabalhadores efetivos por terceirizados”, diz Ana Tércia.