Uma peça itinerante com atores do grupo de teatro Satiricon, sob o tema “Um outro banco é preciso”, marcou a última quinta-feira, 19 de agosto, no lançamento da Campanha Nacional dos Bancários 2010, em Campina Grande, na Paraíba.
Os dirigentes do Sindicato dos Bancários de Campina Grande (Seeb Campina Grande) percorreram as ruas e agências do centro e periferia, para mostrar, com muito bom humor aos bancários e a população, as reivindicações da categoria para este ano, e acentuar que os benefícios dessas conquistas podem melhorar não só a vida dos bancários, como também de toda sociedade.
Na encenação, os atores caracterizados de trabalhadores bancários, deram vida à arte da Campanha, na qual mostra a diversidade que se faz necessário em todo ambiente de trabalho que preza pela pessoa, ou seja, contrata pela qualidade, não pela cor, raça, preferência sexual ou condição física, mas pelo que essa pessoa pode e tem a oferecer como trabalhador. E com frases cantadas como: “Pessoas em Primeiro Lugar”, os atores envolviam as “plateias” das unidades bancárias, que ao encerrar a apresentação, aplaudiam e concordavam com tudo que tinha sido mostrado.
O ato desta quinta-feira, não só chamou atenção dos clientes e usuários, mas também na mídia. Várias emissoras, de rádio e TV, procuraram o Sindicato.
Os bancos brasileiros estão entre as instituições financeiras mais rentáveis de todos os bancos das Américas, e isso apenas confirma que os bancos que operam no país estão extremamente sólidos e têm, portanto, condições plenas de atender às reivindicações da categoria.
Negociações
As negociações entre bancários e Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) começam no próximo dia 24. Representantes dos bancários e das instituições financeiras vão se reunir pela primeira vez para discutir as reivindicações da categoria. Os cerca de 450 mil trabalhadores em todo o País querem reajuste de 11%, a partir de 1º de setembro, data-base dos bancários.
No primeiro encontro serão discutidos os temas saúde e condições de trabalho. Também será definido o calendário das próximas negociações da campanha.
Os bancários vão propor um reajuste real de 5% e 5,7% de recomposição. Querem ainda melhor Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários, mais R$ 4 mil fixos. Os bancários pretendem equiparar o piso da categoria ao salário mínimo do Dieese, que é de R$ 2.157,88.
A pauta prevê ainda a elevação do valor do auxílio-refeição, cesta-alimentação e auxílio-creche ou babá no valor individual de um salário mínimo (R$ 510). E o pagamento de adicional de risco de vida de 30% para agências bancárias, postos e tesouraria.
Os trabalhadores defendem a garantia do emprego e o fim do assédio moral nos bancos. No Brasil, 20% dos funcionários bancários têm LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e sofrem de stress e outros tipos de doenças por causa da pressão freqüente dos chefes, para que as metas sejam cumpridas dentro do prazo estabelecido.