(São Paulo) De acordo com o levantamento do site Vida Econômica (www.vidaeconomica.com.br), desde 2001, as tarifas bancárias subiram 49.900% para clientes. Já para pessoas jurídicas, a alta foi de 4.661%. E o Bradesco foi o que mais elevou o número de taxas, segundo o Jornal da Tarde. Foram 32, destas, 13 acima da inflação.
O site analisou as tarifas entre 2001 e 2006 de 13 instituições, que cobram hoje mais de 40 tipos de tarifas dos clientes. Na média, pulou de 38, em janeiro de 2001, para 58, em junho deste ano.
“Os números mostram que os clientes estão sendo explorados pelos bancos. E este resultado pode ser visto nos balanços. A cada trimestre, as instituições mostram lucros crescentes, mesmo descontando ágios”, diz a secretária-geral do Sindicato, Juvandia Moreira.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a Fenaban diz que as tarifas bancárias “são a justa contrapartida pelo serviço prestado a um cliente ou usuário do sistema”.
“Não se vê essa ‘justa contrapartida’ quando você entra em uma agência bancária. Faltam bancários para o atendimento e segurança, por exemplo, e sobram filas e queixas”, lembra Juvandia.
Cobrança da internet – De acordo com o presidente da consultoria Austin Rating, Erivelto Rodrigues, em reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, antes do real, as despesas de pessoal representavam 40% das receitas de serviços. Hoje, estão em 130%. Outros números: passou de 2,5% para 20% o faturamento nas receitas totais de 1994 para cá. Nos seis primeiros meses, o faturamento do Bradesco e o Santander Banespa subiu 20% se comparado com o mesmo período de 2005. E no primeiro semestre aumentou, em média 17,3%, nos bancos.
Ainda segundo o presidente da Austin Rating, há espaço para os bancos aumentarem a cobrança de serviços, como por exemplo, a internet.
Até a Lua – Em reportagens de março deste ano, o site do Sindicato já havia feito o cálculo, mostrando o absurdo: 12 estados juntos não arrecada o que sete bancos cobram de tarifas (R$ 30,995 bi, em 2005) e que chegam até a Lua.
Já em agosto, nova pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostrou que os clientes estão pagando 384% mais caro por serviços que até pouco tempo atrás não eram cobrados. A pesquisa revela os valores cobrados dos consumidores são quase quatro vezes maiores neste ano do que em 2001. Neste mesmo período, a inflação medida pelo IPCA foi de 50,6%.
O levantamento revela ainda que os ganhos com prestação de serviços já representam 14% do total de receitas do sistema financeiro, bem acima dos 9% em 2003. E até o final deste ano a previsão é que atinja pelo menos a marca dos 16%, indicando que os preços das tarifas devem subir ainda mais.
Fonte: SPBancarios.com.br