Suprema Corte obriga Fed a revelar detalhes sobre empréstimos a bancos

Do Valor/Bloomberg

SÃO PAULO – O Federal Reserve (Fed) irá revelar detalhes de empréstimos emergenciais feitos a bancos em 2008, após a Suprema Corte americana rejeitar uma apelação da indústria que tinha o objetivo de proteger informações do conhecimento público.

A decisão deixou intacta uma determinação anterior que dava ao Fed cinco dias para fornecer dados sobre empréstimos. Tais informações foram solicitadas pela Bloomberg LP. A Clearing House Association LLC, grupo que representa os maiores bancos comerciais dos Estados Unidos, havia pedido a intervenção da Suprema Corte no caso, que acabou por negar o pedido.

“O conselho irá cumprir a decisão judicial e está se preparando para soltar as informações”, disse o Fed por meio de porta-voz. A decisão marca a primeira vez que a Suprema Corte força o banco central americano a revelar os nomes dos bancos que pediram crédito dentro do programa de empréstimo mais antigo, criado há 98 anos.

A revelação, aliada com os detalhes dos seis programas de resgate promovido pelo Banco Central sob permissão do Congresso, dará aos contribuintes uma visão transparente e sem precedentes dos US$ 3,5 trilhões de ajudas na crise financeira de 2008.

“Eu não consigo me lembrar de nenhuma decisão judicial que tenha obrigado o Fed a revelar informações” em seus 98 anos de história, disse Allan H. Meltzer, autor de três livros relacionados ao banco central dos EUA e professor da Carnegie Mellon University.

Com a decisão judicial, o Fed terá de revelar 231 páginas de documentos relacionados aos empréstimos de abril e maio de 2008, assim como a quantia dos mesmos. Além da Bloomberg, a Fox News, veículo de notícias da News Corp, também havia pedido acesso a 6.186 páginas com informações similares sobre empréstimos feitos em agosto de 2007 a novembro de 2008.

Os dados a que se refere a decisão da Suprema Corte foram originalmente requeridos pela Bloomberg News sob a lei de Liberdade de Informação, a qual cada cidadão tem a perimissão de ter acesso a documentos do governo. (Bloomberg)

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