Painel debateu ação internacional do BB e seu papel de banco público
“O capital não tem pátria, então a organização dos trabalhadores também não pode ter”. Esta foi uma das principais conclusões do segundo painel do primeiro dia do 26º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, iniciado nesta sexta-feira (12), no Hotel Holiday Inn, em são Paulo, que abordou o tema ação internacional do BB e seu papel de banco público.
Carlos de Souza, secretário-geral da Contraf-CUT e recém eleito coordenador da rede internacional do Banco Público, enalteceu a importância da 11ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais, realizada esta semana no Rio de Janeiro. “Lá, nós tivemos a oportunidade de ouvir relatos de companheiros de como são cruéis as praticas do BB nos outros países”.
Ele lembrou que, em anos anteriores, os problemas de outros países foram incorporados na pauta da campanha nacional, o que deu resultado. “Nós conseguimos com o banco, aqui no Brasil, abrir negociações e encontrar soluções para os trabalhadores do Paraguai e Argentina”. E ainda explicou. “Nós estamos no país da sede da instituição, como mais de 110 mil trabalhadores. Então, temos força para impedir as retiradas de direitos e avançar nas conquistas. Esse é o conceito de solidariedade das redes sindicais.”
O secretário-geral da Contraf-CUT e coordenador da rede internacional disse que espera avançar na organização dos trabalhadores internacionais e na comunicação entre países. “Precisamos ampliar o trabalho ainda com os companheiros de Chile e Estados Unidos.
Antes de encerrar sua fala, Carlos de Souza sugeriu que o Congresso aprove uma moção para que o Banco do Brasil assine um acordo de neutralidade, para não se opor à organização dos trabalhadores em todos os 32 países em que atua.
A mesa contou com um convidado especial, Sergio Torres, funcionário do BB na Argentina e dirigente sindical do La Bancária, o sindicato dos bancários local. Ele traçou um breve histórico do banco na no país vizinho e ressaltou a importância da participação dos brasileiros na negociação com o banco. “Neste ano, conquistamos um dos melhores acordos da história”, afirmou Torres.