Sob pressão do governo, bancos iniciam corte de juros do cartão de crédito

Folha de São Paulo
MARIA PAULA AUTRAN

Em meio à pressão do governo para que os bancos baixem as taxas do crédito rotativo dos cartões de crédito, o Bradesco reduziu os juros da modalidade em 54%.

A partir de 1º de novembro, as taxas máximas do rotativo passam de 14,9% para 6,9% ao mês para os cartões com bandeiras Visa, American Express, ELO e Mastercard.

Os juros para parcelamentos nos cartões de crédito cairão de 8,9% para 4,9%.

O anúncio se segue a declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que os juros do crédito rotativo são fator de alto endividamento dos brasileiros (leia texto ao lado).

O diretor-executivo do Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou que a “demanda da sociedade” pesou mais que a pressão do governo para a decisão do corte dos juros.

Segundo Noronha, as compensações virão com o aumento da base de clientes e das transações.

Disse ainda que não acredita no fim do parcelamento sem juros no cartão -apontado pelo setor como causa da alta taxa do rotativo.

Segundo a Anefac (associação de executivos de finanças), em agosto a taxa de juros média do cartão de crédito foi de 238% ao ano. E um estudo da ProTeste mostra que os juros rotativos podem chegar a 878,7% ao ano, dependendo da instituição.

CONCORRÊNCIA

Neste mês, Banco do Brasil e Caixa já haviam cortado a taxa do rotativo, em até 79% e entre 10% e 40%, respectivamente. No mesmo mês, o Itaú lançou um cartão com juro de 5,99% ao mês calculados a partir da data de cada compra, e não do vencimento da fatura, em caso de atraso ou pagamento parcial.

O HSBC disse que está estudando se fará reduções, e o Santander informou que está avaliando o atual cenário de queda das taxas.

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