O sistema financeiro deve passar por uma nova onda de consolidação já a partir do ano que vem. Isso porque em 2012, começam a entrar em vigor no Brasil as regras estabelecidas pelo acordo de Basileia III.
Os bancos de pequeno e médio porte dependentes de fontes de recursos limitados não sobreviverão às novas exigências, apontaram os analistas presentes na 1ª Conferência sobre Basileia III, organizada ontem pelo International Business Communications (IBC).
A especialista em análise de risco do banco Cacique, Cristiane Guedes, acredita na consolidação por causa da escassez de opções de captação e da dependência financeira e intelectual do BC. Contudo, ela argumenta que as instituições financeiras de menor porte, de controle estrangeiro, não serão impactadas, já que têm conhecimento técnico e operacional de grandes bancos internacionais.
“Já existe [no banco Cacique] o trabalho de risco sendo feito por conta do controlador, Société Générale. Na França já estão com Basileia implementado, é uma das imposições do grupo, no mesmo nível e cobrança de um grande banco local.”
Definido para evitar novas crises sistêmicas, o Basileia III obriga as instituições a manter mais capital como garantia de risco para empréstimos e investimentos. A exigência mínima será de 4,5%, mais uma reserva de 2,5%.
Em fevereiro, o BC divulgou comunicado que estabelece um cronograma de adoção da regulamentação. As regras prudenciais complementares entram em vigor no Brasil em julho de 2012 e o aumento de capital, em janeiro de 2014, dois anos antes do que no sistema financeiro mundial.