O Sindicato dos Bancários e dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Seeb-MT) recebe cerca de 20 denúncias por mês de assédio moral pelos bancários de Mato Grosso, mas nem todos os casos resultam ações trabalhistas. O trabalhador suporta a situação por medo de perder o emprego. Para tentar orientar e prevenir essa foram de abuso, o Seeb-MT promove amanhã (27) o Seminário Assédio Moral no Trabalho que tem como palestrante a Dr. Margarida Barreto. O evento ocorrerá, amanhã às 8h30, no auditório do Seeb-MT, localizado na Rua Barão de Melgaço, 319, região central da cidade.
A médica e doutora em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP), Margarida Barreto, conceitua o assédio moral como uma exposição dos trabalhadores em uma situação constrangedora.
Segundo a médica, uma ação somente não configura assédio, mas pode ser um dano moral. Ela explica que se o caso for repetitivo já se configura o crime.
A médica conta que as pessoas ficam receosas em denunciar, pois elas ainda precisam do emprego e se denunciar pode sofrer represarias. “Há vários métodos de assédio moral, o institucional e o administrativo”. Margarida Barreto revela que em algumas empresas as mulheres são primeiramente assediadas sexualmente e se for recusado o assedio vem o moral, onde as pessoas são cobradas ao extremo que pode levar os funcionários ao suicídio. Ela revela ainda que em uma empresa fabricante de cervejas, quando os funcionários não têm a produtividade condizente, eles eram obrigados a se vestir de mulher e dançarem em poses eróticas segurando um pênis de borracha.
O presidente do Seeb-MT , Arilson Silva, revela que já recebeu uma denúncia de que uma gerente de uma agência bancária enviou um email para uma subordinada dizendo “venda na mão ou calcinha no chão” reforçando ao assédio moral institucional e administrativo. Silva informa ainda que já ocorreu do sindicato fechar uma agência de um banco na região do Porto para dar uma palestra sobre assédio em função de uma denúncia recebida por eles.
Margarida Barreto revela formas de provar para a Justiça se uma pessoa está sofrendo ou não assedio moral. Ela explica que é só pedir um atestado médico, usar de gravações quando estiver sofrendo o assédio, fotografias ou até mesmo testemunhos de outros funcionários da empresa, além de registrar um boletim de ocorrência se o caso de assédio for mais grave.
O superintendente regional de Trabalho e Emprego (SRTE), Valdiney Antônio de Arruda, disse que apenas neste ano a SRTE recebeu 37 denúncias de assédio moral de todas as atividades somente neste ano.