O Sindicato dos Bancários de Alagoas paralisou na manhã de quinta-feira (29/11) o prédio central do Banco do Nordeste em Maceió, em protesto contra o descomissionamento sumário de um gerente de negócios. O movimento, que se prolongou até o meio dia, mobilizou todos os funcionários, que permaneceram aglomerados na frente da unidade onde funciona a superintendência estadual.
O sindicato já tinha emitido uma nota repudiando o descomissionamento, além de tentar remediar a decisão por via administrativa. Diretores da entidade chegaram a se reunir com o superintendente Pedro Ermírio de Almeida, mas a cúpula nacional do banco não quer reavaliar a questão.
“O protesto e a paralisação de hoje não são exclusivamente pelo gerente, mas pela forma como o descomissionamento se deu. Se não reagirmos, isso que aconteceu com ele pode acontecer com qualquer outro. Não podemos admitir isso”, disse o presidente do sindicato, Márcio dos Anjos.
Ele destacou que a medida autoritária do banco acontece em um momento de enorme apreensão para os trabalhadores, tendo em vista o viés antidemocrático e privatizante do próximo governo, que pretende acabar com tudo que é público. “Quantos descomissionamentos arbitrários podem acontecer no futuro? O que vão fazer com o banco? Como ficarão nossos empregos e salários?”, questionou Márcio. Segundo ele, os funcionários não podem olhar para o próprio umbigo e achar que o caso do gerente não acontecerá com eles. “Vamos enfrentar tempos difíceis e precisamos estar unidos”, completou.
O diretor do sindicato Alexandre Timóteo, que é funcionário do BNB, disse que há mais de dez anos não ocorria um descomissionamento em Alagoas da forma como foi feita na agência Farol. Ele lembrou que o sindicato já está adotando medidas judiciais e dando todo o apoio possível ao funcionário.
O diretor Thyago Miranda, também do BNB, disse que a paralisação da quinta-feira no prédio da Superintendência foi apenas uma das medidas que o sindicato tomou, e que outras poderão vir a ocorrer. A entidade não descarta a paralisação de outras agências do BNB, entre elas a do Farol.
“O que fizeram com o funcionário foi um absurdo. Cortaram 60% do seu salário na proximidade do Natal. Não lhe ofereceram qualquer prazo, alternativa, nem sequer um asseguramento para que o mesmo se organizasse”. O diretor lembrou ainda que o colega não respondia a qualquer processo administrativo, não cometeu nenhum ilícito, além de possuir uma conduta ilibada nos seus 39 anos de banco. “Recentemente, especificamente em março deste ano, ele foi parabenizado pela Superintendência por seu desempenho, ficando em 16° lugar dentre as 280 carteiras de pessoa física existentes no banco”, completou.
O superintendente Pedro Ermírio de Almeida conversou com o sindicato e os funcionários no início da paralisação. Ao lamentar o impasse, ele disse que não há qualquer outro descomissionamento previsto para Alagoas e que, se vier a surgir, não será feito da forma que foi. “Vamos adotar o diálogo, discutir as razões, estudar possibilidades e alternativas”, afirmou.
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