Diante do cenário de adoecimento físico e mental dos bancários — agravado pela pandemia do coronavírus (Covid-19) —, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito de São Paulo (Fetec-CUT/SP) lançaram a campanha Menos Metas, Mais Saúde, em agosto deste ano.
Os transtornos psicológicos, assim como as LER/Dort, são velhos conhecidos dos bancários — há anos submetidos a cobranças e metas abusivas. Hoje, porém, esse quadro de doenças está intensificado pela Covid-19 e pelas transformações que ela provocou no mundo do trabalho.
Somadas ao caos sanitário e político atravessado pelo país, a necessidade do isolamento social e a manutenção das práticas abusivas durante o home office fragilizaram ainda mais os trabalhadores. Como consequência, cresce a cada dia o número de bancários diagnosticados com depressão, ansiedade ou Síndrome de Burnout (esgotamento profissional).
Carlos Damarindo, secretário de Saúde do Sindicato, afirmou que a responsabilidade por essa situação é inteiramente da gestão dos bancos, que funcionam sob uma estrutura totalmente hierarquizada, onde tudo é definido “de cima para baixo”. Profissionais de agência, do crédito, do call center, de TI: “não há quem saia ileso”, disse ele. “Para alguns trabalhadores também pode parecer difícil escapar da lógica neoliberal que rege nossos tempos”, observou o secretário de Saúde do Sindicato. Dentro dos bancos, o individualismo é reforçado a todo tempo, em detrimento da coletividade.
“Os sindicatos de bancários têm realizado inúmeras iniciativas na defesa da saúde e das condições de trabalho. Dar visibilidade à essa atuação sindical é importante como troca de experiências e valorização do trabalho. Sendo que o alto número de adoecimento pelas metas abusivas, pressão por resultados e assédio moral é um tema prioritário, a Campanha desenvolvida pelo sindicato dos Bancários de São Paulo ‘Menos metas, mais saúde’ é uma excelente iniciativa para fortalecer o necessário enfrentamento às políticas praticadas pelos bancos, que têm adoecido nossa categoria”, completou Mauro Salles, secretário de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Campanha Menos Metas, Mais Saúde
Na década de 1990 as metas dos bancos eram coletivas, o que reduzia a pressão sobre cada um individualmente. A racionalização do trabalho, então, impôs um ambiente competitivo dentro das agências e departamentos, que só faz deteriorar ainda mais a já vulnerável condição dos trabalhadores brasileiros.
Assim, a campanha Menos Metas, Mais Saúde nasceu para garantir que nenhum bancário precise atravessar o sofrimento sozinho. Mais do que isso: o Sindicato e a Fetec-CUT/SP acreditam que é somando vozes que podemos reverter essa realidade e construir, juntos, ambientes de trabalho mais acolhedores e saudáveis. Vem com a gente?
Assista aos vídeos da campanha
Os vídeos a seguir são relatos reais, que chegam ao Sindicato dos Bancários de São Paulo e que são denunciados em mesas de negociação.