O Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região iniciou, nesta terça-feira (3), o lançamento da Campanha Salarial 2018. O ato de lançamento da reuniu bancários da região central de Piracicaba e os dirigentes sindicais de toda a base do SindBan. O calendário de negociação e mobilização dos bancários foi adiantado a fim de garantir os direitos conquistados diante da reforma trabalhista. Visto que com o fim da validade do acordo coletivo em 31 de agosto, todos os direitos conquistados estão desprotegidos. Assim, todo o processo de mobilização já está em andamento.
Esta é a primeira campanha depois que a reforma trabalhista entrou em vigor, em novembro de 2017. Na primeira rodada de negociação que aconteceu no último dia (28) os bancos frustaram o comando nacional, pois a Fenaban (federação dos bancos) não levou para a mesa nenhuma resposta sobre o pré-acordo para garantir a validade da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) depois de 31 de agosto, proposta que foi apresentada pelo Comando Nacional dos Bancários, que representa os trabalhadores na mesa de negociação. O Presidente do SindBan, José Antonio Fernandes Paiva, comenta que a atitude da Fenaban surpreendeu a categoria. “Esperávamos já sair dessa primeira rodada com o pré-acordo garantido. Mas infelizmente a Fenaban não trouxe respostas. O pré-acordo é fundamental diante do fim da ultratividade, um dos pontos nefastos da reforma trabalhista (lei 13.467/2017) ”.
A secretária geral do Sindban, Eliana Cambraia, reforçou ainda que os bancos querem enfraquecer ainda mais a categoria com o fim da mesa única de negociação. “Os bancos querem que, na mesa de negociação, Banco do Brasil, Caixa e bancos privados não sentem juntos Por que? Acontecendo isso, fragiliza o movimento e, assim, fica mais difícil de conseguir ganho real. Para se ter uma ideia da importância e da força da mesa unificada, desde de 2002, nós já conseguimos mais de 15% de ganho real no nosso salário”.
Negociações
A segunda rodada foi marcada para 12 de julho, às 10h, por conta da agenda dos bancos. Paiva lembra que a nova lei está, inclusive, enfraquecendo as negociaçoes coletivas. Segundo levantamento da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica), o número de negociações protocoladas caiu 74% nos cinco primeiros meses de 2018, em relação ao mesmo período de 2017. A queda foi mais aguda nas convenções coletivas, que tiveram redução de 84%. “Essa queda já é consequência do golpe de 2016 e as várias retiradas de direitos que esse golpe trouxe”, lembra.
Prioridades
Uma das prioridades da categoria nessa Campanha é garantir que a CCT continue válida para todos os bancários, independentemente da remuneração do trabalhador. Um dos pontos nocivos da nova lei trabalhista é a figura do empregado hipersuficiente: quem ganha mais de duas vezes o teto do INSS, (atualmente R$ 11.291), poderia estabelecer acordos direto com o patrão e não estariam garantidos pela CCT. Outras prioridades são: estabelecer cláusulas na CCT que resguardem os bancários de outras ameaças previstas na lei 13.467, como contrato temporário e terceirização; garantia de empregos; defesa dos bancos públicos; aumento real. Outro ponto fundamental é a defesa da mesa única de negociações.
10 de agosto
A nível nacional os bancários pretendem se unir as centrais para organizar o Dia Nacional do Basta, em 10 de agosto, quando haverá protestos contra todos os prejuízos que a classe trabalhadora e toda sociedade vêm enfrentando desde o golpe de 2016. A proposta é de conscientizar os bancários dos perigos da privatização e também toda a sociedade. Neste dia o SindBan planeja realizar manifestações e atos em Piracicaba.