Sindicato do Rio vai ao Ministério Público para exigir portas giratórias nos bancos

O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro decidiu ir ao Ministério Público para denunciar a decisão dos bancos de abolir a porta giratória com detector de metais. Com o novo layout as agências do Bradesco estão sem o equipamento de segurança. O Itaú Unibanco, que já não possui o aparato em várias regiões do país, ameaça fazer o mesmo no Rio de Janeiro.

“Não aceitamos o fim da porta giratória. Sabemos que é um incômodo. Defendemos, inclusive, aparelhos mais modernos, similares aos dos aeroportos, que só bloqueiam a entrada de quem porta armas de fogo. Mas entre a atual porta giratória e nenhuma proteção certamente é melhor manter o atual equipamento, até porque estamos falando de uma cidade com alto índice de criminalidade”, disse o presidente do Sindicato, Almir Aguiar.

Além dos bancários, os vigilantes também são contra a retirada das portas giratórias. A Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), juntamente com a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), considera a medida absurda.

De olho nos lucros

A justificativa dos bancos para a medida é em virtude do grande número de processos judiciais por danos morais movidos por clientes que têm sofrido dificuldades no acesso às unidades bancárias. “Essa é uma alegação que não se sustenta e esconde a verdade. Os banqueiros querem é cortar ainda mais os custos com segurança para aumentar os lucros”, denuncia Almir. O sindicalista defende ainda que os bancos façam uma campanha publicitária de esclarecimento para mostrar a importância das portas giratórias e investir na modernização dos equipamentos. “Os patrões só se preocupam em proteger seu patrimônio e o dinheiro, deixando os bancários e os clientes à deriva. Não vamos aceitar este retrocesso”, acrescenta.

Mortes

Segundo levantamento da Contraf-CUT e da CNTV, 49 pessoas foram mortas em assaltos envolvendo bancos em todo o país, em 2011. Além disso, o descaso das instituições financeiras com os usuários das agências é tão gritante que, em dezembro do ano passado, a Polícia Federal multou dez bancos em R$ 1,258 milhão por descumprimento da lei federal nº 7.102/83 e normas de segurança, durante a 92ª reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (Ccasp) do Ministério da Justiça, em Brasília. Santander, Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Caixa Federal foram os mais punidos pela irregularidade.

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