(Rio de Janeiro) A troca de bandeira do Sudameris, que foi concluída hoje, é motivo de preocupação para os funcionários do banco. Mesmo que a administração do ABN tenha garantido que toda a reestruturação para a troca já foi concluída e que não haverá mais demissões, os empregados temem por seus empregos.
Foi esta a tônica da manifestação realizada pelo Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro na manhã da última sexta-feira em frente à principal agência do Sudameris na cidade, onde funciona também a administração regional do banco. A atividade começou às 7h e a agência só foi aberta ao público às 11h. Os dirigentes distribuíram um panfleto aos bancários e clientes do Sudameris onde foi ressaltado que a mudança de bandeira não traz nenhum benefício para o público ou para os trabalhadores, já que não haverá redução de tarifas ou contratação de funcionários para melhorar o atendimento.
O texto menciona as negociações de venda do grupo ABN Amro e os possíveis impactos que a operação vai causar no Brasil. É destacada a hipótese de compra pelo consórcio RBS-Fortis-Santander, que já anunciou 19 mil demissões em todo o mundo. O texto informa que o movimento sindical está entrando em contato com diversos setores para apoiarem o esforço de impedir que os empregados sejam prejudicados. Por fim, o material solicita a adesão dos clientes do extinto Sudameris a esta luta.
Fim-de-semana não muito feliz
Bancários de muitas agências do Sudameris na base da Federação foram convocados para trabalhar no fim-de-semana, nos ajustes para a concretização da unificação com o Real, mas o banco não contactou oficialmente nem os sindicatos, nem a DRT. Os sindicalistas ficaram sabendo da convocação através de denúncias dos bancários. Na maioria das agências, houve convocação apenas no domingo e, segundo informações que chegaram aos sindicatos, seriam poucas horas trabalhadas, apenas para instalação e teste de um software. O gerente administrativo de uma das unidades entrou em contato com o sindicato local e informou a lista dos empregados convocados, que era composta apenas por gerentes e sub-gerentes, e ressaltou que, como não tem cartão de ponto, teria direito a compensar as horas trabalhadas em dias de expediente.
Pagamento
Francisco Ribeiro, diretor do Seeb-Rio, já havia conversado com a Relações Sindicais, Fabiana Ribeiro, sobre a convocação extraordinária. A executiva garantiu que os empregados receberiam pelo trabalho no fim-de-semana. O sindicalista destaca que as horas-extras no sábado devem ser acrescidas de 50% do valor normal e, no domingo, de 100%. A empresa deverá ainda bancar transporte e alimentação dos funcionários. Estas exigências se aplicam a todos os funcionários, inclusive gerentes e demais comissionados.
É importante que os sindicalistas visitem as agências do extinto Sudameris para verificar se os bancários que trabalharam no fim-de-semana serão pagos corretamente.