O presidente do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso, Arilson da Silva, demonstrou indignação quanto a decisão do banco Itaú Unibanco em retirar as portas giratórias das agências bancárias de todo o país. Arilson salienta que Cuiabá não deverá ser afetada, em função de uma lei municipal que obriga, além das portas giratórias, também biombos nos caixas de auto-atendimento. Ele criticou a falta de investimentos no setor de segurança pelas instituições, o que afeta o trabalhador e também o cliente.
“É mais uma demonstração de que os bancos buscam obter a lucratividade a qualquer preço a custo da população. Ao invés de melhorarem as questões de segurança, estão tomando essa medida que vai colocar em situação vulnerável as pessoas” – disse Arilson. Ele lembrou que o funcionamento das portas giratórias já contribuiu pontualmente contra ações de bandidos, citado um fato em Várzea Grande onde o ladrão ficou preso no equipamento ao tentar sair da agência.
O presidente do Sindicato dos Bancários disse que dos 20 ataques a bancos em Mato Grosso o maior alvo é para as agências do banco Itaú, apontando que há falta de câmeras externas, deixando o cidadão em grau de maior risco. “Não adianta o banco criticar a falta de segurança pública, pois ele [o banco] deve também fazer seu investimento diante da lucratividade que obtém”, disse Arilson citando o lucro líquido de R$ 14 bilhões por parte do Itaú Unibanco em 2011. Disse também que o número apresentado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) de investimento anual de R$ 9,4 bilhões em segurança não tem tanta representatividade. “Existem cerca de 20 mil agências bancárias no Brasil e somente o lucro líquido (líquido!, frisou) de apenas quatros grandes bancos foi de R$ 45 bilhões, o que inclui ai as despesas com segurança e todas as outras que tiveram, como salários, encargos, imobilizados, etc” – detalhou Arilson.
“O lucro dos bancos é extraordinário. É cerca de 30%, e cada vez mais o cliente não é tratado como deveria ser. O idoso ocupa uma área de risco, no pronto-atendimento, onde não há segurança e onde deveria ter, inclusive, uma porta giratória para lhe dar segurança” – frisou Arilson.
Apesar da existência da lei que obriga a manutenção das portas giratórias e também dos biombos em Cuiabá, Arilson disse que vai acionar o jurídico do sindicato e buscar junto ao Ministério Público uma forma de precaução para garantir a segurança dos empregados e por extensão dos clientes bancários.