Uma manifestação inusitada nesta segunda-feira, dia 6, chamou a atenção dos clientes e usuários da agência Central do Banrisul. Enquanto aguardava por atendimento, o público presenciou a distribuição de penicos aos funcionários da agência, forma de simbolizar a atitude antidemocrática e o descaso com que a direção do banco tem tratado seus trabalhadores. “Toda a vez que começa a negociação salarial, a diretoria do Banrisul usa de artifícios para tentar barrar o movimento e a mobilização da categoria em defesa da sua pauta de reivindicações”, critica o secretário-geral do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários), Fábio Soares Alves.
As ameaças do banco para que os funcionários não entrem em greve vieram à tona com as denúncias, e o banco usou de um artifício para tentar desvirtuar a real situação: bloqueou uma parte das instalações para acesso geral. Só que, com isso, impediu a entrada aos banheiros, prejudicando os funcionários. Mais uma prova da pressão e da total falta de respeito com os bancários. Mesmo com toda a pressão sofrida, os trabalhadores do Banrisul mantêm o indicativo de interromper as atividades a partir de quarta-feira, dia 8.
Além de denunciar a pressão sofrida pelos bancários, a manifestação teve como objetivo convocar os trabalhadores para a reunião geral que ocorre nesta segunda-feira, dia 6, às 17h, em frente à agência central. O encontro será fundamental para preparar a mobilização a partir de quarta, dia 8, data prevista para início da greve geral em todos os bancos, conforme indicativo nacional. Na terça-feira, dia 7, será realizada a assembléia geral dos funcionários às 19h na Casa dos Bancários (rua General Câmara, 424) para avaliar os resultados da terceira rodada de negociação específica com a direção do banco, marcada também para o dia 7.
O Banrisul tenta impedir, a todo o custo, a organização dos funcionários durante as negociações. Na sexta-feira, dia 3, os bancários paralisaram a agência Parcão do Banrisul e a superintendência Porto Alegre, na Rua 24 de Outubro, 847, em resposta ao gesto praticado por gestores do banco, que barraram a entrada de dirigentes sindicais na agência Central. Além de coibir a realização de reuniões de trabalho durante o dia nacional de paralisação dos bancários, realizado no dia 30 de setembro, os gestores proibiram a entrada dos dirigentes na retaguarda dos caixas, impedindo o acesso para conversar com os funcionários.
A população também é vítima de todo esse descaso. O Banrisul, que cada vez mais se aproxima do perfil dos bancos privados, expulsa clientes e usuários de suas dependências. Usa a desculpa de encaminhar o público aos correspondentes bancários e ao Banco Sim para desafogar o movimento, mas, na verdade, não quer mais atender pessoas com baixo poder aquisitivo.
Na última assembléia, realizada quinta-feira, dia 2, trabalhadores do Banrisul disseram que, apesar dos casos de assédio moral, vão manter o ânimo para cobrar que a pauta específica de reivindicações seja atendida e o avanço das negociações com a Fenaban.
Prioridades dos banrisulenses
– Implementação de um novo quadro de carreira, com o enquadramento de ex-BPD, extra-quadro e comissionamento para os ON’s;
– Pagamento da 13ª cesta alimentação/cheque-rancho pelo valor praticado no Banrisul;
– Pagamento da parcela adicional da PLR;
– Melhoria das condições de trabalho e saúde.