“Metas absurdas, estabelecidas de cima pra baixo, cumpridas muitas vezes pela força do medo sob a pena de perder o emprego”. O trecho sobre a pressão por metas está na cartilha que o Sindicato dos Bancários de São Paulo lançará na próxima quarta-feira, 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, como parte da campanha Menos Metas, Mais Saúde e esta pressão é um dos problemas enfrentados pelos funcionários do SP I e o SP II, Call Center do Grupo Santander, na capital paulista.
Segundo denúncias de trabalhadores, as metas de venda de produtos são cada vez mais absurdas e o tempo para cumpri-las é escasso, gerando tensão, conflitos e até afastamentos por adoecimento. O setor, estratégico para o banco, envolve bancários que realizam por telefone funções de gerente e caixa, entre outras.
“Os bancários estão sendo pressionados para atingir as metas dentro de um tempo estipulado, com ligações monitoradas. Alguns estão sendo ameaçados de perder o emprego caso não alcancem boas colocações”, diz o diretor do Sindicato e funcionário do banco Marcelo Gonçalves.
O dirigente relata que a gestão do SP II divulga um ranking de vendas com as devidas colocações que circula entre os funcionários, o que vêm gerando constrangimento entre os colegas. “Queremos que as metas sejam discutidas entre os funcionários, envolvendo toda a equipe, construída a partir da realidade de cada um”, diz o diretor.
Uma funcionária do Disque Real, do SP-I, relatou por e-mail ao Sindicato a situação no local de trabalho. “Me sinto completamente frustrada com a falta de relação humana entre empregado e empregador, ou melhor, entre funcionário e gestor. Quantas atitudes são tomadas sem sequer pensar no empregado?”, questiona a bancária.
Contra a pressão
O lançamento da campanha Menos Metas, Mais Saúde no dia 7, será às 12h na Praça do Patriarca. Às 18h30 o Sindicato promove a palestra A imposição de metas e o assédio moral: as suas consequências nefastas, com Luis Paulo Pasotti Valente, juiz da 41ª Vara do Trabalho de São Paulo.