Sindicato de SP reintegra funcionário vítima de assalto no Bradesco

Graças a ação de reintegração movida pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, a Justiça determinou, no dia 15 de abril, que um funcionário do Bradesco volte imediatamente ao trabalho. O bancário, que por temer represálias não quer se identificar, foi demitido sem justa causa após prestar 21 anos de serviços ao banco.

O trabalhador exercia a função de tesoureiro numa agência da Zona Leste que, no dia 3 de setembro do ano passado, sofreu um assalto. De acordo com o boletim de ocorrência, registrado no 30º DP do Tatuapé, três homens armados renderam o segurança e funcionários e roubaram dinheiro e cheques da agência. O tesoureiro ficou sob a mira de um revólver.

Conforme laudo médico, em razão do assalto o bancário desenvolveu síndrome de estresse pós-traumático e depressão grave. A doença, segundo o Ministério de Saúde, é contraída a partir de evento ou situação estressante de curta ou longa duração e de natureza excepcionalmente ameaçadora ou catastrófica, como o assalto sofrido em 3 de setembro passado. Diante disso, o INSS reconheceu que o funcionário do Bradesco foi vítima de um acidente de trabalho e concedeu o benefício auxílio-doença acidentário.

Um mês e vinte dias depois do roubo o tesoureiro foi dispensado. E lembra com tristeza a atitude do banco para o qual dedicou mais de 20 anos de sua vida.

“Depois que ocorreu o assalto não pedi o afastamento com medo de ser dispensado. Passei por momentos difíceis em função de tudo isso”, revela o bancário. O empregado conta que logo após o roubo ele e os colegas foram interrogados pelo inspetor do banco e pelo delegado, o que causou um certo constrangimento.

“Senti que o banco não estava nem um pouco preocupado com o bem-estar da gente e sim com o prejuízo. O Bradesco só mandou a psicóloga cerca de 10 dias depois, não emitiu o Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT) e não disponibilizou o boletim de ocorrência para os funcionários.”, diz o bancário.

O dirigente sindical e funcionário do Bradesco Osvaldo Caetano faz um alerta para os bancários que forem vítimas de assalto: “É importante que busquem resguardar seus direitos exigindo a emissão da CAT, a presença de uma psicóloga e uma cópia do boletim de ocorrência. Caso o banco se negue, devem procurar o Sindicato.”

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