Sindicato de São Paulo questiona parceria entre bancos e Polícia Militar

A Febraban e o comando da Polícia Militar de São Paulo estão acertando uma nova estratégia de segurança. A ideia – de acordo com reportagem do Jornal da Tarde – foi debatida em reunião realizada na sexta-feira, dia 13, entre oficiais da PM e representantes dos bancos.

A proposta é que policiais especializados em patrulhar as ruas façam rondas dentro dos bancos e em estacionamentos conveniados para coibir crimes como “saidinha de banco”, sequestro de gerentes, roubos aos cofres e ataques aos caixas eletrônicos.

A operação passaria a valer a partir de 25 de maio, começando pela capital paulista.
Para o Sindicato dos Bancários de São Paulo, a iniciativa é absurda e contraria a lei federal nº 7.102/83, que prevê que a segurança bancária deve ser feita por empresas privadas.

“Vamos questionar o Ministério da Justiça sobre isso. Os bancos podem pagar pela própria segurança, não precisam retirar efetivo das ruas para cuidar das agências bancárias”, destaca o diretor executivo do Sindicato, Daniel Reis, que participa das reuniões da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP) da Polícia Federal.

Daniel destaca que a medida rompe a linha tênue entre público e privado e configura privatização da segurança pública do Estado de São Paulo.

“Além disso, coloca em risco a segurança dos usuários dos bancos. Esse modelo é adotado em Medelin, na Colômbia, e Cidade do México. São cidades que visitei e onde esse sistema é questionável, inclusive pelas autoridades brasileiras”, completa.

Mesa temática

A proposta construída com a PM contraria também o que foi dito pelos representantes dos bancos na mesa temática sobre segurança bancária – que já teve duas rodadas este ano. “Eles falaram em redução de ocorrências para justificar a retirada das portas de segurança na adequação de layouts, por exemplo, no Banco do Brasil e no Itaú”, salienta Daniel.

“Preocupados em tornar o visual mais bonito e moderno colocam trabalhadores e clientes em risco e agora apelam para a segurança da PM. Isso é no mínimo incoerente”, ressalta a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas.

Febraban

O site da federação dos bancos não informa sobre a “parceria” com a PM. Apenas fala em uma reunião realizada na terça-feira, com os comandantes dos batalhões, sobre a “Operação Conheça seu Comandante, um ciclo de palestras dedicado a treinar agentes bancários sobre questões de segurança e estabelecer relacionamento e troca de informações com os policiais responsáveis pelo policiamento nas áreas das agências bancárias locais”.

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