Ex-presidentes e atual presidenta do Sindicato mostram livro dos 90 anos
O produto de quase um ano do trabalho de dezenas de pessoas – entre historiadores, pesquisadores, consultores, revisores, desenhistas gráficos, funcionários e diretores do Sindicato dos Bancários de São Paulo – foi finalmente materializado e apresentado a um público de centenas de pessoas na tarde desta segunda-feira (1º), que lotou os auditórios Azul e Amarelo da sede da entidade.
O livro 90 Anos Fortalecendo a Democracia foi lançado durante a abertura oficial das comemorações pelo aniversário do Sindicato, que completa nove décadas no dia 16 de abril. O mês será repleto de eventos, entre debates, shows de música, sorteios e premiações entre bancários, festas e muito mais.
A intensa atuação dessas nove décadas foi resgatada e contada nas páginas da publicação. Coordenada pelos historiadores Paulo Fontes e Francisco Macedo e pela diretora do Sindicato, Ana Tércia Sanches, a pesquisa abordou mais intensamente os últimos 20 anos da entidade.
“Não deixamos de abordar os primeiros 70 anos dessa história, mas o livro dá mais destaque para os últimos 20 anos. Isso porque a história de 1923 até 1993 já foi contada em um primeiro livro, coordenado pelo professor Dainis Karepovs e lançado pelo Sindicato em 1994”, explicou Chico Macedo, durante breve apresentação do livro às pessoas que ocupavam os auditórios, entre eles, os últimos cinco presidentes da entidade e a atual, Juvandia Moreira.
Capítulos do livro
O historiador fez um resumo da edição de 178 páginas e cerca de 500 imagens, entre fotografias, gráficos e charges. “A primeira parte aborda o período de 1923 a 1993. Intitula-se Bancários: uma longa história de lutas e conquistas e se baseou no livro anterior.”
Chico prosseguiu explicando que a segunda parte vai de 1993 a 2013 e trata das grandes mudanças no sistema financeiro nacional e internacional. Esse capítulo chama-se O sistema financeiro e os trabalhadores bancários.
Sob o título Resistir, lutar e conquistar, a terceira parte trata das campanhas salariais ano a ano, a partir de 1993 até a última, de 2012. A quarta parte, intitulada Uma organização dos trabalhadores na luta pela cidadania e pela democracia, retrata a organização interna do Sindicato e suas relações com outras entidades de trabalhadores, inclusive internacionais. Por fim, um anexo aborda os processos eleitorais e as sucessivas diretorias da entidade.
Dois grandes períodos
“Em linhas gerais procuramos pensar os últimos 20 anos em dois grandes períodos: que nomeamos A era da resistência’, de 1993 a 2002; e a Era da (Re)Conquista, de 2003 para cá. Essa divisão não deve nos levar a crer que na “era da resistência” não houve conquistas e nem que na “era das (re)conquistas” não houve resistência. A divisão em dois períodos procura na verdade destacar a existência de duas conjunturas bem distintas, que colocaram desafios específicos para a atuação do Sindicato”, informou Chico.
O historiador acrescentou que, apesar das diferentes conjunturas (a primeira do neoliberalismo dos governos FHC e a segunda iniciada com a eleição de Lula e marcada pelo projeto político do PT), a atuação do Sindicato caracterizou-se pela continuidade. “Pode-se destacar como constantes a busca por formas inovadoras de organizar e mobilizar a categoria; a ampliação e diversificação da pauta de reivindicações (por PLR maior, igualdade de oportunidades, saúde e condições de trabalho etc.); e o fortalecimento das organizações dos trabalhadores em escala nacional e internacional, entre outras.”
Segundo ele, esse grande repertório de ações nos últimos 20 anos pode ser sintetizado na diversificação da luta para ampliar e consolidar a cidadania e a democracia no Brasil. “E tudo isso só foi possível porque homens e mulheres, muitos presentes aqui nesse auditório e nessa mesa, engajaram-se de maneira decisiva para consolidar este Sindicato no lugar de destaque que hoje ele ocupa em nossa sociedade, na vida política do nosso país. Todos, certamente, têm muito a dizer e acrescentar a essa história de 90 anos”, concluiu.
Vídeo e gibi
Outros lançamentos e publicações sobre os 90 anos marcaram a cerimônia. Todos contam essa história e há muito o que relatar.
Para facilitar o entendimento de quem chega agora na categoria ou para refrescar a memória de quem tem décadas de luta no currículo ao lado da entidade, o Sindicato também lançou o Gibi dos 90 anos e o curta-metragem Sindicato dos Bancários 90 Anos.
O filme sintetiza a trajetória da entidade e foi feito pela ViaTV. A direção-geral do vídeo ficou a cargo de Tadeu Knudsen. A história também ganha vídeos menores temáticos, como a edição sobre igualdade de oportunidade que foi ao ar no dia 14 de março.
Clique aqui para ver o vídeo.
O fundador da ViaTV, Renato Sakata, emocionou-se no discurso sobre o lançamento do vídeo. “Trabalhamos durante um ano e meio para produzir esse documentário e os curtas. Foi um prazer enorme e pessoalmente dedico esse trabalho ao Luiz Gushiken.”
Por problemas de saúde, Luiz Gushiken, que presidiu o Sindicato entre 1985 a 1988, foi o único dos últimos sete ex-presidentes da entidade que não compareceu ao evento.
Participaram da cerimônia Augusto Campos (presidente de 1979 a 1985); Gilmar Carneiro (1988 a 1994); Ricardo Berzoini (1994 a 2000), atual deputado federal do PT por São Paulo; João Vaccari (2000 a 2005); e Luiz Cláudio Marcolino (2005 a 2011), hoje deputado estadual (PT).
Já o Gibi dos 90 Anos será um ótimo pretexto para os trabalhadores da categoria apresentarem sua história de luta ao lado do Sindicato para os filhos e gerações mais novas. A publicação circulará durante o mês de abril e é ilustrada pelas charges de Marcio Baraldi, cartunista que conta há 20 anos a história do Sindicato por meio da sua arte. O personagem Euriko e sua turma comandam a trajetória da categoria com muita cor e personalidade.
FB Especial
Os convidados do evento receberam a FB especial 90 anos, que sai com o nome de Vida Bancária, o veículo de comunicação do Sindicato no período retratado por essa primeira edição. A publicação circulará por agências bancárias e departamentos durante toda a semana, quando então a segunda publicação estará nas ruas.
O primeiro exemplar traz entrevista com a atual presidenta da entidade, Juvandia Moreira, uma linha do tempo sobre o período de 1923 a 1945 e também as histórias do homenageado Nelson Silva.