O Sindicato dos Bancários do Porto Alegre (SindBancários) realiza nesta quarta-feira, dia 16, nova atividade da campanha Banqueiro: chega de sugar a gente. A ação volta a cobrar dos bancos o fim das demissões e melhores condições de trabalho. A atividade, a partir das 10h, acontece no Centro da capital.
O lançamento da campanha, que também defende novas contratações, mais segurança e o fim das metas abusivas, foi lançada no dia 9 de abril, com paralisações-relâmpago no Santander, Itaú e Bradesco, bancos que apresentam grande número de demissões.
A campanha do SindBancários terá ações permanentes, promovendo o debate com a população e mostrando os abusos cometidos contra bancários, clientes e usuários, que pagam altas taxas de juros e não têm o atendimento que merecem. Também será entregue carta aberta a clientes e usuários em que denuncia a precária situação dos trabalhadores no ramo financeiro. “As pessoas ficam à espera de atendimento além do tempo que a legislação determina porque não tem pessoal suficiente para atender a demanda”, alerta o presidente do SindBancários, Juberlei Baes Bacelo.
A onda de demissões pode ser medida pelos números do Departamento Jurídico do SindBancários. Nos primeiros três meses houve o desligamento de 90 bancários. Já os pedidos de dispensa apresentados no mesmo período chegam a 159, muitos cansados com a pressão no ambiente de trabalho. E as aposentadorias, num total de 44, contribuem para o aumento da carência de pessoal nas agências e o crescimento das filas nos bancos. Os registros confirmam que os banqueiros estão reduzindo o quadro e piorando o atendimento aos clientes.
Além disso, os bancários estão submetidos a metas abusivas para vendas de produtos, o que ocasiona estresse, doenças relacionadas ao trabalho e assédio moral. Essa pressão faz com que com que muitos trabalhadores sequer procurem ajuda, com medo de perderem o emprego. No entanto, de 2007 até hoje, cerca de 500 pessoas chegaram ao Sindicato com problemas de saúde. Nestes 15 meses, a LER aparece como primeira causa de afastamento, com mais de 300 casos. Depois vem a LER acompanhada por sofrimento psíquico, com mais de 50 registros.
A segurança também preocupa bancários, clientes, usuários e vigilantes. Somente em 2008 foram apurados 50 ataques a bancos no Estado, aumentando a sensação de medo e insegurança. Os bancos não têm feito investimentos em equipamentos para coibir a ação dos bandidos, preferindo manter fachadas frágeis e de fácil acesso aos delinqüentes, que têm quebrado os vidros para ingressarem nas agências e postos bancários.
Para o SindBancários, com os lucros recordes auferidos nos últimos anos, os bancos tem plenas condições para suspender as demissões, contratar mais funcionários, melhorar as condições de saúde, trabalho e segurança e garantir qualidade de atendimento aos clientes e usuários.