Sindicato de Porto Alegre intensifica jornada nacional de luta no Santander

Os diretores do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários) e funcionários do Santander estão mobilizados nas atividades da jornada nacional de luta dos trabalhadores, que ganhou intensidade nesta semana que antecede ao Encontro Estadual e à Plenária Nacional dos dirigentes sindicais do banco espanhol.

Além de percorrer as agências entregando o jornal Sindical, elaborado pela Contraf-CUT, os diretores esclarecem à categoria que a proposta do Santander para o aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e ao acordo do Programa de Participação nos Resultados (PPR) é insuficiente.

“Estamos conversando com os colegas com o objetivo de informar que as propostas do banco não dialogam com nossas reivindicações, tendo em vista o lucro que a empresa obteve em 2009 pode muito bem dividir esse montante com seus funcionários. Na próxima semana, durante o Encontro Estadual, vamos debater com os colegas as estratégias a serem apresentadas pelos gaúchos na Plenária Nacional”, afirma o diretor do SindBancários e da Contraf-CUT, Paulo Stekel.

O banco pretende fechar um acordo por dois anos e pagar apenas R$ 1 mil de PPR junto com a PLR em 2010 e outros R$ 1 mil corrigidos pelo reajuste dos bancários no ano que vem junto com a PLR em 2011. Enquanto isso, planeja distribuir um total de R$ 223,8 milhões em 2009 para os seus 26 diretores executivos, o que significa, em média, nada menos do que R$ 8,62 milhões para cada um, conforme aprovado em assembleia dos acionistas. A proposta de PPR foi rejeitada na própria mesa de negociações pelos dirigentes sindicais.

“Vamos pressionar o Santander para que retome as negociações e apresente uma proposta que valorize os bancários”, ressalta o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. “Se o banco tem dinheiro para pagar bônus milionários aos executivos, adquirir a Torre do Santander e patrocinar a Fórmula 1 e a Copa Libertadores, é inaceitável que não tenha recursos para remunerar melhor os seus trabalhadores”, compara o dirigente sindical.

O diretor do SindBancários, Sérgio Teixeira, lembra que outro ponto pendente nas negociações específicas é de que o banco se nega a constituir um grupo de trabalho para organizar o processo eleitoral no HolandaPrevi e no Sanprev, mesmo com o compromisso assumido em julho na Secretaria de Previdência Complementar (SPC). “Além disso, se recusa a assinar um termo de compromisso para a manutenção do patrocínio ao HolandaPrevi e Bandeprev”, acrescenta.

Encontro estadual

A Federação dos Bancários do RS promoverá na próxima segunda-feira, dia 11, uma reunião do Coletivo Estadual dos Dirigentes Sindicais do Santander/Real. O encontro será a partir das 10h, na sede da Federação.

A atividade é parte da Jornada de Lutas dos Empregados, que visa informar e esclarecer os bancários sobre as propostas de aditivo e PPR apresentadas pela direção do banco.

Plenária nacional

Na terça-feira, dia 12, às 10h, a Contraf-CUT realiza plenária nacional de dirigentes sindicais, em São Paulo, para ampliar o processo de mobilização e definir os próximos passos do movimento.

Aditivo tem avanços e pendências

A proposta global para o aditivo por dois anos possui avanços, como a prorrogação da licença remunerada pré-aposentadoria (“pijama”) e do abono indenizatório até 31 de agosto do ano que vem. Também foi conquistada a licença sem vencimentos de 30 dias para o bancário que vier a ter um parente de primeiro grau internado (cônjuge, pais, filhos e sogros) e a inclusão de um link para as confederações, como a Contraf-CUT, na intranet do banco para facilitar o acesso dos trabalhadores às informações sindicais.

O banco também aceitou a extensão do prêmio de dois salários para todos os funcionários que completaram 25 anos de banco até o final de 2008 (oriundos do Santander). O banco informou, no entanto, que este benefício não se estende para os trabalhadores do ex-Bandepe, que teriam recebido uma indenização no processo de fusão com o Real. Diante da alegação da falta de previsão no orçamento, o banco aceitou a proposta das entidades sindicais e disse que pagará o prêmio na forma de um salário no início de 2010 e outro no mesmo período em 2011.

O Santander não admite criar um grupo de trabalho para organizar o processo de eleição do HolandaPrevi e do Sanprev. Além disso, se nega a assinar um termo de compromisso para a manutenção do patrocínio ao HolandaPrevi e Bandeprev.

O banco também não quer melhorar o abono indenizatório, que é um dos incentivos para o desligamento dos trabalhadores aposentados que ainda estão na ativa, como forma de evitar demissões e abrir vagas. A unificação do valor do auxílio academia de ginástica também foi negada pelo Santander.

O banco condiciona o fechamento do aditivo à aceitação da proposta rebaixada de PPR. Por isso, as entidades sindicais aumentam a mobilização para conquistar uma proposta que atenda às expectativas dos trabalhadores.

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