O Sindicato dos Bancário de Porto Alegre (SindBancários) vai elaborar um dossiê com a situação dos bancos para entregar à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio Grande do Sul (SRTE-RS). A decisão foi anunciada durante audiência entre a direção do Sindicato e o superintendente da SRTE, Heron de Oliveira,ocorrida na tarde desta quarta-feira, dia 23, na sede do órgão federal.
O material deverá constar a situação de pressão que os trabalhadores têm sofrido, as metas abusivas, a terceirização dos serviços e outras irregularidades denunciadas no Departamento de Saúde do Sindicato.
O presidente Juberlei Baers Bacelo, acompanhando do secretário-geral, Fabio Soares Alves e do diretor de Comunicacação, Ademir Wiederkehr, apresentaram ao titular da SRTE as diretrizes da campanha Chega de Sugar a Gente, razão que motivou a entidade a solicitar a reunião desta tarde.
A campanha Banqueiro: Chega de Sugar a Gente teve na manhã desta quarta-feira, dia 23, sua terceira atividades nos bancos. Com paralisações-relâmpago no Itaú, Unibanco e Santander, o Sindicato exige o fim das demissões, mais contratações e menos filas.
“Os trabalhadores vivem uma situação de quase desespero e diante das pressões, muitos têm pedido demissão”, informou o presidente do SindBancários, Juberlei Baes Bacelo.
“Somente com mais contratações e o fim das demissões é que os bancos vão poder oferecer à população um atendimento de qualidade”, acrescentou o secretário-geral Fábio Soares Alves.
Demissões
No primeiro trimestre de 2008, houve o desligamento de 90 bancários. Já os pedidos de dispensa apresentados no mesmo período chegam a 159, muitos cansados com a pressão no ambiente de trabalho. E as aposentadorias, num total de 44, contribuem para o aumento da carência de pessoal nas agências e o crescimento das filas nos bancos.
Os trabalhadores também sofrem de forma direta, pois esta situação aumenta ainda mais a carga de trabalho, que acabam sendo forçados a extrapolar suas jornadas. Os trabalhadores estão submetidos a metas abusivas para vendas de produtos, o que ocasiona estresse, doenças relacionadas ao trabalho e assédio moral. Essa pressão faz com que com que muitos trabalhadores sequer procurem ajuda, com medo de perderem o emprego. No entanto, de 2007 até hoje, cerca de 500 pessoas chegaram ao Sindicato com problemas de saúde. Nestes 15 meses, a LER aparece como primeira causa de afastamento, com mais de 300 casos. Depois vem a LER acompanhada por sofrimento psíquico, com mais de 50 registros.
Para o SindBancários, com os lucros recordes auferidos nos últimos anos, os bancos tem plenas condições para suspender as demissões, contratar mais funcionários, melhorar as condições de saúde, trabalho e segurança e garantir qualidade de atendimento aos clientes e usuários.
