Falta de funcionários, sobrecarga de trabalho, pressão, assédio moral e adoecimento são problemas cotidianos para os bancários do Unibanco. Os reflexos disso na qualidade do atendimento aos clientes todo mundo conhece: filas imensas, estresse, e mais pressão sobre os trabalhadores do banco. Por conta disso, nesta quinta, 10, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco retarda por uma hora a abertura da Agência Capibaribe, do Unibanco, na Av. Conde da Boa Vista, em frente ao shopping, na área central do Recife.
“Por causa da falta de funcionários, a extrapolação de jornada é a norma, sem pagamento de hora extra. Tem gente pedindo para sair, por que não agüenta a pressão”, afirma Francisco Ferreira – Chico, secretário de Bancos Privados do Sindicato e empregado do banco. Como se não bastasse, denuncia, “as agências daqui retiraram o aviso com o número 0800 (976.2345) para evitar reclamações ao Banco Central”.
O diretor explica o que estaria por traz da burla ao direito do consumidor: a agência seria punida se não bater as metas de negócios, e é punida, também, se houver registro de reclamação contra a unidade no Bacen: “A agência perde 10% do valor a receber de remuneração variável no semestre”, diz Chico.
No quesito segurança, o banco , que é alvo preferencial de assaltos, foi punido pela Polícia Federal, recentemente, com o fechamento parcial de algumas unidades. O motivo: a fiscalização da PF encontrou vigilantes com armas não registradas.
O problema é nacional. Tanto que, na próxima semana, dia 16, a Comissão Nacional dos Empregados, através dos Sindicatos, deflagra campanha em todo o país para pressionar o banco a abrir negociação para buscar solução para os problemas de condições de trabalho e, também de remuneração. “É preciso contratar mais. Aqui o banco diz que abriu mais três agências na região metropolitana, mas não resolve, porque falta pessoal”, reitera Francisco Ferreira.