O caos nas agências do Banco do Brasil é generalizado, conforme o Sindicato vem denunciando, a partir de visitas cotidianas aos locais de trabalho. O motivo: carência de mão-de-obra. Em Jaboatão dos Guararapes, a agência é um exemplo de descaso. Lá, o banco absorveu a folha municipal e os bancários têm que dar conta, além do serviço usual, da folha de pagamento de mais de 4 mil pessoas. O aumento da demanda, sem mexer estrutura resultada em atendimento caótico: “Os clientes, em dia de pagamento, não esperam menos que três horas na fila. E os funcionários saem da agência depois das dez horas da noite”, afirma Marlos Guedes, presidente do Sindicato e funcionário do banco.
Para buscar solução para este e outros problemas, o Sindicato se reuniu, na semana passada, com a Superintendência do Banco do Brasil em Pernambuco. A reunião aconteceu na sede do Sindicato e contou com a presença superintendente adjunto e a representante da Gepes – Gerência de Pessoal do Banco do Brasil. Na pauta, mais contratações, retomada do projeto de combate ao assédio moral nas unidades e eleição para as CIPAS – Comissões Internas de Prevenção de Acidente de Trabalho.
“Para nós, o que tem acontecido é negligência. A superintendência tem minimizado a situação e se nega a tomar decisões. Eles deveriam ter força para dialogar com a direção do banco e melhorar o caos em que se encontram as agências”, critica Marlos Guedes.
A expulsão de clientes das agências é toda a providência que se tem tomado para “compensar” a falta de pessoal – no Banco do Brasil e na Caixa também. Em Jaboatão, o Sindicato flagrou cartazes limitando o acesso ao caixa-gente para operações a partir de R$ 1.000. Marlos cobrou do banco, e os cartazes foram retirados. Mas o problema de sobrecarga de trabalho e atendimento caótico continua.
O Sindicato vai continuar a se reunir com os trabalhadores nas unidades, do Grande Recife e do interior. Para determinar a situação de cada agência, pretende colher avaliação entre bancários e clientes. “Mas queremos deixar claro que a situação destas unidades não é de responsabilidade dos gerentes. É a demanda que é excessiva para a quantidade de pessoal. E isso carece de resposta por parte da direção do banco”, frisa Marlos.
No encontro com a superintendência, ficou estabelecido que Sindicato e banco terão reuniões mensais para se levantar problemas e cobrar soluções.