Seis agências do Itaú localizadas no Centro de Londrina foram paralisadas nesta quarta-feira (19) como forma de pressionar o banco a suspender as demissões e o fechamento de agências na Região.
A diretoria do Sindicato dos Bancários de Londrina cobra do banco, através de faixas utilizadas durante os protestos, a reposição das vagas cortadas , o fim da terceirização de serviços e a manutenção das unidades que operam na base territorial da entidade.
“Somadas, registramos 42 demissões efetuadas pelo Itaú em 2015 e nos primeiros dias deste ano. Isso representa maior sobrecarga de serviços, ampliação das cobranças pelo cumprimento de metas e aumento do adoecimento dos funcionários, além de precarizar ainda mais o atendimento que é prestado aos clientes e usuários”, argumenta Regiane Portieri, presidenta do Sindicato dos Bancários de Londrina.
A agência 109, a maior do Itaú no interior do Paraná, a Ouro Verde, Lord Lovat, Catedral, a antiga unidade do Unibanco na Rua Pernambuco com o Calçadão e a 4018, onde era o Banestado, tiveram suas atividades paralisadas.
Regiane afirma que o banco não aceitou os apelos do Sindicato no sentido de suspender o fechamento da agência 4018, previsto para o mês de fevereiro, e decidiu encerrar de vez as operações em Rancho Alegre e em Tamarana. Nestas duas cidades, o banco sofreu ataques que provocaram danos de grande manta nos prédios que abrigam suas agências.
No último dia 13 de janeiro, o Sindicato paralisou quatro agências em protesto contra as cinco demissões realizadas pelo Itaú na cidade.
“Estamos engajados de corpo e alma nesta luta. Essa política perversa do Itaú tem que parar”, ressalta a presidenta do Sindicato dos Bancários de Londrina.
Protestos denunciam ‘palhaçada’ do Itaú
Depois de ter paralisado as seis agências do Itaú localizadas na área central de Londrina, o Sindicato dos Bancários promoveu Ato Público em frente à agência 4018, onde operava o Banestado, para denunciar a “palhaçada” do banco com a sociedade.
Na ocasião foi distribuído pirulitos e Carta Aberta à população, criticando o fechamento de três agências na Região, entre as quais a 4018, que encerrará as atividades no final deste mês, e as demissões em massa que estão ocorrendo no banco.
Dois artistas circenses fizerem performances e a diretoria do Sindicato usou nariz de palhaço para simbolizar como o Itaú vê seus funcionários, clientes e as pessoas que precisam utilizar seus serviços.
Nos últimos anos, com uma postura mais agressiva, lembra Regiane, presidenta do Sindicato de Londrina, o banco pertencente ao império Setúbal atua em busca de reduzir seus custos e para isso está enxugar o número de funcionários, fechando agências e apostando nas operações virtuais para atingir seus objetivos.
“A atuação do Itaú vem sendo marcada por total falta de respeito para com a sociedade, que paga juros altos, tarifas escorchantes e nem ao mesmo pode pagar suas contas nos caixas, sendo obrigada a utilizar os terminais eletrônicos ou correspondentes bancários para saldar seus compromissos”, aponta Regiane, avaliando como triste essa situação, na qual o banco deixa todo mundo com cara de palhaço.
Condições de trabalho
A saúde dos bancários e bancárias do Itaú também é uma das preocupações levantada na mobilização dos bancários de Londrina.
Kelly Menegon, secretária de Saúde do Sindicato e representante da Regional Vida Bancária na COE (Comissão de Organização) do Itaú, afirma que com o crescimento do número de demissões aumentaram as cobranças pelo cumprimento de metas nas áreas comercial, operacional e empresarial.
“Estamos lutando contra o elevado índice de adoecimentos de ordem física e psicológica que estamos verificando nas agências do Itaú em nossa base territorial”, conta Kelly, revelando que o banco campeão em lucros é responsável pela maioria dos casos registrados pela Secretaria de Saúde da entidade
Dos 180 atendimentos prestados pelo Sindicato em 2015, mais da metade, ou seja, 50,55%, foram de bancários e bancárias do Itaú.