Sindicato de BH denuncia Bradesco por demissões

Apesar do lucro recorde do Bradesco em 2007 (R$ 8,010 bilhões), o banco iniciou 2008 com sua caixa de maldades aberta contra os funcionários. Somente entre janeiro e março nada menos que 40 bancários foram despedidos, a grande maioria sem justificativa alguma. Apenas em março, 17 trabalhadores foram sumariamente desligados do banco. Do total de demitidos, cinco estavam lotados no Pólo.

Uma grande parcela dos demitidos tinha mais de 20 anos de casa, alguns já bem próximos da aposentadoria. Esta atitude mostra que o Bradesco se preocupa muito com seu lucro, como atestam seus últimos resultados, mas não se importa em nada com os que trabalham para fazê-lo crescer.

“O Sindicato detectou o crescimento nas demissões, a maioria sem motivo algum. Isso vai contra uma antiga reivindicação da CUT pela ratificação e respeito à Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que impede demissões imotivadas. Se for preciso, vamos repetir o que foi feito ano passado, pressionando o banco com manifestações e paralisações”, afirmou Neemias Rodrigues, funcionário do banco e membro da Comissão de Organização dos Empregados Bradesco da Contraf-CUT (COE Bradesco).

Em negociação com o Sindicato em junho passado, o banco concordou em realizar no máximo transferências após o setor de Produtos do Pólo ter sido extinto. O acordo foi cumprido até o fim de 2007. Em 2008, o Bradesco resolveu desrespeitar mais uma vez os bancários e jogar sua palavra no lixo.

As demissões ocorrem no mesmo momento em que o banco abre 14 novas agências em Belo Horizonte, o que na teoria deveria representar mais contratações. “É uma vergonha o que o Bradesco vem fazendo com os bancários, despedindo pessoas com uma longa história na empresa sem sequer apresentar motivos para isso. Isso é um desrespeito que o Sindicato vai combater para defender o direito dos funcionários”, ressalta Carlos Augusto “Mosca”, membro da COE Bradesco e diretor do Sindicato.

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