O Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região realizou um ato público, na manhã desta quarta-feira (22), para cobrar dos bancos uma proposta digna para a categoria na mesa de negociação. A atividade ocorreu um dia após a oitava mesa entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, em São Paulo. O ato foi realizado em frente à agência da Caixa Econômica Federal, na região central de Catanduva.
Decididos a ampliarem a mobilização, dirigentes sindicais denunciaram a situação vivida nos bancos, com demissões, sobrecarga de trabalho e adoecimento, enquanto os lucros das instituições financeiras só crescem. Também distribuíram material informativo à população e destacaram a importância do engajamento dos trabalhadores, clientes e usuários do sistema financeiro na Campanha Nacional 2018, que tem como tema ‘Resistir e Vencer’.
As falas, ampliadas pelos microfones de um carro de som, também denunciaram o contexto de retirada de direitos por meio da aprovação da reforma trabalhista, promovida pelo governo Temer com o apoio dos banqueiros, e a dificuldade nas negociações que a categoria vem enfrentando em decorrência da nova legislação. Dirigentes ainda distribuíram bananas à população, para ilustrar o comportamento dos bancos diante às reivindicações da categoria e em relação à precarização dos serviços oferecidos, enquanto exploram clientes com tarifas exorbitantes.
O presidente do Sindicato, Roberto Carlos Vicentim, destaca que as instituições financeiras atingiram lucros recordes. Só no primeiro trimestre de 2018, as cinco maiores (Caixa, BB, Santander, Itaú e Bradesco) já lucraram R$ 20,6 bilhões, 20,4% a mais que no mesmo período de 2017. No ano passado, a receita dessas instituições foi 19,6% superior ao orçamento do governo para educação e 9,4% superior ao orçamento para saúde.
“Esse é o momento de os bancários mostrarem sua força e lutar ainda mais para que as justas reivindicações da categoria sejam atendidas. Os lucros dos bancos são exorbitantes e as empresas têm total condição de oferecer melhores condições de trabalho e saúde para os trabalhadores”, enfatiza Vicentim.
Entre outras reivindicações, os bancários querem uma proposta global e completa, que garanta aumento real para salários, vales e auxílios, PLR maior, manutenção dos empregos, proteção contra contratos precários, melhores condições de trabalho e igualdade de oportunidades.
Mas, pela primeira vez os bancos se recusaram a assinar um pré-acordo, que visa garantir a prevalência dos direitos previstos na CCT da categoria. Além disso, a Fenaban não apresentou nenhuma proposta decente, apenas a de cobrir a inflação do período, com aumento real de somente 0,5%, e alteração ou exclusão de diversas cláusulas de Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) como o pagamento proporcional, e não mais integral, da PLR das bancárias em licença-maternidade e de afastados por doença ou acidente.
“Para barrar as retiradas de direitos e garantir a manutenção de nossas conquistas, precisamos da participação de todos os trabalhadores nas atividades organizadas pelo Sindicato. Unidos e mobilizados, teremos mais chances de arrancar uma proposta condizente com o esforço diário da categoria, que é uma das mais fortes e aguerridas deste país”, conclui o diretor do Sindicato Paulo Franco.