Em nove anos, o Brasil expandiu o nível de emprego e elevou o padrão de vida da população. Apesar de positiva, a sindicalização não acompanhou esta elevação, como mostra o terceiro número da publicação FPA Comunica, da Fundação Perseu Abramo, que avaliou a densidade sindical e a recomposição do mercado de trabalho. O levantamento foi apresentado na segunda-feira (29) no auditório da Câmara de São Bernardo, na região do ABC paulista.
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O estudo apresenta dados de 2005 a 2011, quando a taxa de sindicalizados passou de 16,4% para 17%. Neste período, foram criadas mais de 13 milhões de vagas, mas apenas 2,8 milhões trabalhadores se filiaram a a algum tipo de sindicato. Uma das razões apontadas para a disparidade entre os números é o crescimento de ofertas no setor terciário, de comércio e serviços, onde é mais difícil a conexão com sindicatos.
“No passado predominavam grandes empresas que contratavam muitos trabalhadores num mesmo local. Hoje falamos de undades de emprego de mão de obra em quantidade melhor e a forma de organização dos trabalhadores não é a mesma que conhecíamos no passado”, afirmou o presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, à TVT.
Na indústria de transformação a taxa de sindicalização aumentou de 19,6% para 21,5%. Para o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT), Paulo Cayres, um dos motivos é o nível de organização dos sindicatos. “Quando você vê o dirigente ali dentro de fábrica, levando as demandas do trabalhador, fazendo um sindicalismo combativo, o número de sindicalizados aumenta absurdamente. Essa é a realidade do ABC, não é do Brasil, infelizmente”, disse.