Líderes sindicais de países da América Latina defenderam nesta sexta-feira (30) a implantação de uma agenda integrada para o trabalho decente na região. Reunidos em um evento promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo, eles afirmaram que o aumento dos direitos dos trabalhadores latino-americanos deve ser mais uma etapa do processo de avanço socioeconômico em curso atualmente no bloco de nações.
De acordo com o presidente nacional da CUT, Artur Henrique Santos, apesar do progresso apresentado em vários países da região, ainda há espaço para melhorias. “O mercado de trabalho é extremamente desregulado. O índice de rotatividade nas empresas é absurdo”, disse ele, em entrevista à Agência Brasil concedida antes de seu discurso no evento.
A informalidade também é um problema, segundo o presidente da central, que deve ser combatido de forma unificada por todos os países latino-americanos. “O Brasil conseguiu incluir no mercado formal mais de 50% dos seus trabalhadores. Porém, ainda temos uma imensa quantidade de pessoas trabalhando sem carteira assinada e sem direitos.”
Hugo Yasky, secretário-geral da Central Sindical da Argentina (CSA), defendeu uma política internacionalista e integradora no bloco. “Precisamos de mais participação do Mercosul, mais participação da Unasul, mais integração.”
Em sua palestra, o sindicalista argentino também destacou a importância do combate à xenofobia e da continuidade de políticas de redistribuição de renda existentes no bloco.
O evento da CUT faz parte das atividades de comemoração do 1º de Maio promovidas pela central. Ainda hoje, outros debates vão tratar dos rumos das políticas trabalhistas na região.
O evento, batizado de 1º de Maio 2010 Latino-Americano, ocorre hoje e amanhã no Memorial da América Latina, na região oeste de São Paulo. Além de palestras, uma exposição fotográfica, uma feira gastronômica, shows e lançamentos de livros reúnem líderes sindicais e trabalhadores sobre a temática latino-americana. A entrada é grátis.